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Governo do ES não tem previsão de quando o Centro de Vitória será integrado ao aquaviário


O projeto existia e previa que ao invés de o novo sistema de transporte ser inaugurado com apenas três estações, teria um ponto de parada no Centro Histórico de Vitória, no mesmo local onde sempre existiu, desde o início do Século XX


A Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informou, através de sua Assessoria de Imprensa, que não existe previsão e nenhuma sinalização de quando o Centro Histórico de Vitória (ES) vai ser integrado na rota do sistema aquaviário de transporte de passageiros urbanos. Por enquanto a lancha passará direto na frente do Centro de Vitória, indo e vindo de Porto de Santana, em Cariacica.

O problema mais grave e que gerou frustração para a população de Paul e de bairros adjacentes, em Vila Velha., é que esse bairro historicamente sempre foi beneficiado do transporte marítimo de passageiros. Mas, agora está fora e sem nenhuma chance de vir a usufruir desse modal, cujos moradores antigos estavam habituados. Foi dada a garantia pela Semobi de que Paul está fora do sistema aquviário.

Para quem desejar conferir ou fazer download do arquivo em PDF que prova de que o Centro de Vitória chegou a fazer parte do projeto é só clicar neste link. O que faltou, segundo os moradores do Centro Histórico de Vitória foi vontade política, já que Porto de Santana chegou a ter uma linha regular de lancha e acabou sendo extinta por ter sido antieconômica. Não havia tantos passageiros que cobrissem os custos da operação.

Já a região da Grande São Pedro, em Vitória apesar de ter uma forte ligação com o mar (é a área que tem as catadoras de mariscos e um forte turismo gastronômico de peixes e frutos do mar) foi totalmente esquecido do projeto. Não existe sinalização de que o aquaviário vai chegar um dia à Grande São Pedro.

Proheto do Centro. Governo do ES não tem previsão de quando o Centro de Vitória será integrado ao aquaviário, segundo a Semobi | Imagem: Projeto

O que diz o estudo

Na analise da água da Baia de Vitória, o estudo concluiu: “Todas as áreas estudadas caracterizam-se pela presença de águas salobras/salinas típicas de um ambiente estuarino com forte influência das águas marinhas. Os atracadouros do Centro de Vitória e do Porto de Santana em Cariacica, por se situarem na região mais interna da Baía de Vitória apresentaram uma maior influência dos aportes fluviais e ao mesmo tempo apresentaram os piores indicadores de qualidade para as águas.”

“Com base no mapa acima, pode-se observar que as áreas dos atracadouros da Prainha e da Praça do Papa estão no mesmo domínio de fácies de areia lamosas. Já o atracadouro da Codesa, no Centro de Vitória, está no domínio de fácies lamosas, enquanto o atracadouro de Porto de Santana está localizado no domínio das fácies areia lamo-cascalhosa. Essas são características aproximadas do tipo de fundo esperado nas áreas estudadas, mas variações pontuais ocorrem, pois, os fundos não são totalmente homogêneos e sofrem variações texturais conforme as características geomorfológicas e hidrodinâmicas locais. De qualquer forma, fica evidente a ocorrência de sedimentos finos nas áreas dos quatro atracadouros”, prossegue.

O atracadouro e a passarela aérea que ligava a pracinha de Paul ao cais do sistema aquaviário foi destruído e a área cedido ao porto privatizado | Foto: Reprodução/Google

Paul não terá mais serviço de transporte por lancha

O terminal de embarque e desembarque de passageiros não existe mais. Em detrimento da população de Paul e dos bairros vizinhos, o local foi cedido ao terminal portuário. O pequeno ponto onde havia um terminal para atracação das lanchas do aquaviário nãio existe mais. A passarela aérea, que passava sobre a área cedida pelo Governo aos empresários privados do ramo portuário já foi destruída, mesmo tendo sido um investimento com recursos públicos. Sem a área, não há mais condições de Paul vir a se integrar no sistema aquaviário.

Paul, que não será incluído no sistema aquaviário, tem história. Foi o primeiro bairro do Espírito Santo a ter um transporte de passageiros regular por lanchas, desde o ano 1900. Havia as antigas lanchas que faziam a ligação entre Paul e o Centro de Vitória tinha os nomes de ‘Elizabeth”, “Nízia”, “Santa Cecília”, entre outras, é era administradas pela Viação Electrica da Cidade do Espírito Santo, de propriedade de Pacheco Companhia da Ferro-Carril de Vila Velha.

Em 2014, a Associação dos Moradores de Paul protocolou o Ofício no Ministério Público do Espírito Santo (MPES), para pedir a volta da ligação dos transportes por lanchas de Paulo ao sistema aquaviário. Ainda naquele ano, o movimento comunitário disse ter recebido uma “sinalização” do governo do Estado que o pedido seria atendido.

E foi diante disso que os moradores de Paul e bairros adjacentes foram convidados naquele ano “para participarem de uma reunião pública, no dia 3 de novembro de 2014, às 18:30hs, no salão de festa do Paulinho (em frente a Praça de Paul) para apresentação pela Codesa do projeto de ampliação do Cais (berço 207, onde a lancha sempre funcionou)”. Foi dito que a presença da comunidade era “muito importante para opinar em favor de uma estação do aquaviário no nosso Bairro, que não só para nos beneficiar e sim adjacências.”

O estudo avaliou o prejuízo que o aquaviário trará aos pescadores

“A identificação e caracterização das comunidades pesqueiras artesanais comerciais apresenta as comunidades que podem sofrer impactos advindos do empreendimento. Essas comunidades são da Praia do Suá e Praia do Canto em Vitória e Prainha, em Vila Velha. Em Cariacica a pesca é realizada de forma muito reduzida, com utilização de pequenas embarcações como baiteiras e botes, não havendo uma navegação mais robusta que possa ser fortemente impactada pelo empreendimento. A navegação das embarcações pesqueiras é o fator a ser considerado, tendo em vista que as interferências a serem geradas pelo empreendimento sobre as comunidades que praticam a pesca serão possíveis restrições de navegação dentro da baia de Vitória”, diz o estudo.

Na analise dos produtos químicos que estão na Baia de Vitoria, constava no estudo o Centro de Vitoria | Imagem: Projeto

“A área de estudo para a comunidade pesqueira considerou a prática da pesca artesanal comercial que poderá ser afetada em alguma intensidade pelo empreendimento. A pesca amadora ou de lazer não foi considerada nesse estudo. A partir dessa premissa foram consideradas as comunidades pesqueiras de Vila Velha e Vitória e foi composta por 3 comunidades: Praia do Suá e Praia do Canto em Vitória e Prainha em Vila Velha.   Prainha A pesca praticada na Prainha utiliza principalmente a linha de fundo e espinhel (superfície e fundo)”, prossegue o documento.