Em greve há quase um mês, professores e servidores da Ufes voltaram a fechar os portões de acesso ao campus de Goiabeiras, em Vitória (ES), impedindo a livre entrada na instituição, nesta última segunda-feira (13). Considerando que parte da equipe do Restaurante Universitário não conseguiu entrar no campus de Goiabeiras, também não foi possível viabilizar o preparo e fornecimento de refeições, o que levou à suspensão das atividades acadêmicas no campus de Maruípe, no período da tarde”, disse a Ufes através de nota.
Já a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) informou através de seu portal oficial na Internet, justificou o fechamento dos portões de acesso à universidade. Segundo a entidade, foi uma “reação à suspensão da sessão ordinária do Cepe que poderia decidir sobre o calendário acadêmico.”
“As ações realizadas nos portões do campus de Goiabeiras da Ufes na manhã desta (última) segunda-feira, 13 de maio, são uma resposta ao cancelamento da sessão ordinária do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) que poderia decidir sobre a suspensão do calendário acadêmico. A equipe de trabalho e os insumos do Restaurante Universitário (RU), assim como a Escola Experimental tiveram acesso garantido. Estudantes poderão acessar o RU para que façam suas refeições”, rebateu a Adufes.
Suspensão do calendário acadêmico
De acordo com nota divulgada pela Adufes, “o Comando Local de Greve (CLG) Docente defende que o calendário acadêmico da Ufes seja suspenso por entender que essa é a melhor forma de resolver uma série de problemas que estão ocorrendo em razão de chefias que insistem em cobrar tarefas e prazos desrespeitando professoras/es que estão em greve e também comprometendo as atividades estudantis. Nenhuma proposta do CLG pretende suspender ou cancelar assistência estudantil e contratos.”
“O Comando Local de Greve (CLG) ressalta que a Reitoria faltou com a palavra mais uma vez. Apesar de todos os esforços de diálogo que estão sendo realizados, há uma sucessão de acontecimentos que vão na contramão das solicitações feitas e dos acordos firmados. O CLG ressalta, ainda, que uma síntese das solicitações discutidas na última reunião, incluindo a suspensão do calendário, foi enviada na terça-feira, dia 7, à Administração Central da Ufes, antes do cancelamento da sessão do Cepe”, prossegue a nota da Adufes.
O que diz a Ufes
A Ufes, através de sua nota, comenta sobre a reinvidicação de que o calendário letivo seja suspenso neste semestre. “Sobre a reivindicação de suspensão do calendário acadêmico, a Administração informa que o assunto está sendo discutido em vários fóruns e que, até o momento, a comissão responsável pelo tema não solicitou que o mesmo fosse pautado para discussão e eventual deliberação junto à plenária do Conselho de Ensino e Pesquisa e Extensão (Cepe), que é o órgão central da Ufes em matéria de supervisão de ensino, pesquisa e extensão, com funções deliberativas e consultivas.”
“Cabe ressaltar ainda que, antes de inserir o assunto na pauta do Cepe, a comissão responsável deve abrir ampla discussão com a comunidade acadêmica, considerando especialmente a relevância e os impactos que a suspensão do calendário pode ocasionar no andamento das atividades na Universidade”, continua a Ufes.
A medida desagrada parte dos estudantes, porque muitos são de fora do Espírito Santo e até mesmo do Brasil e a estadia sem atividade acadêmica provoca gastos desnecessários com alimentação e hospedagem, mesmo aqueles que moram em republicas estudantis. Esse gasto de dinheiro não está sendo levado em consideração pelos grevistas que reivindicam a suspensão do calendário acadêmico, alegam.