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Iema oferece coruja-buraqueira para adoção por interessados em criá-la em cativeiro


A ave silvestre faz parte da fauna brasileira e está sendo oferecida para criação em cativeiro doméstico a quem quiser, sob a alegação de que não tem mais “condições físicas, psicológicas” e que “não consegue retornar ao seu habitat natural”


Iema oferece coruja-buraqueira para adoção por interessados em criá-la em cativeiro | Foto: Divulgação/Iema

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) está oferecendo a quem desejar criar em cativeiro uma coruja Athene cunicularia, popularmente conhecida como coruja-buraqueira. De acordo com o Iema, o interessado em manter a ave silvestre em cativeiro deve estar registrado no órgão como “Guardião de Fauna.”: A coruja em oferta é também conhecida como caburé-do-campo.

“O Guardião de Fauna é uma categoria de cativeiro, destinada a cidadãos que têm interesse em cuidar de animais silvestres que, devido a condições físicas, psicológicas ou outras limitações, não conseguem retornar ao seu habitat natural”, diz o Iema. O órgão de fiscalização estadual garante quer a coruja-buraqueira, em oferta pública a quem aprisio9nar a ave em cativeiro, quiser, “não tem mais capacidade de voo devido às sequelas de uma fratura na asa e em uma pata.”

“Com dificuldades para se sustentar e caçar, a ave precisa de uma guarda especial, onde possa receber a atenção necessária em um ambiente seguro e adaptado as suas necessidades. Ela representa um dos tipos de animais que o programa busca acolher, incluindo aqueles com sequelas que os impedem de sobreviver na natureza”, justifica o Iema para a oferta a quem desejar ter a ave presa no cativeiro.

Guardiões da fauna

De acordo com o Iema, os animais são encaminhados para os guardiões de fauna depois de passarem pelos Centros de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), onde são avaliados após resgates, apreensões ou entregas voluntárias. Desde o seu lançamento em 2020, por meio da Instrução Normativa Nº 12-N, a categoria Guardião de Fauna tem sido uma alternativa para a guarda desses animais, evitando que sejam soltos em ambientes inadequados, o que poderia gerar desequilíbrios ecológicos.

Maria Beatriz Mattar Villela Resende, servidora da Coordenação de Fauna do Iema, explica que antes de disponibilizarem os bichos, o Iema busca manter esses animais com apoios externos e destaca a importância do programa. “O Guardião de Fauna assume um papel importante e responsável quando não há outras opções viáveis, como mantenedores, zoológicos ou criadouros conservacionistas”, disse.

Para se tornar um Guardião de Fauna, o interessado deve realizar um cadastro simples, enviando um e-mail para guardiao@iema.es.gov.br, com seu nome completo e informações sobre os animais que têm disponibilidade de adotar. O Iema organiza a seleção com base na ordem de inscrição e nas condições do animal, entrando em contato com o candidato quando uma oportunidade compatível surgir.

Processo de adoção de bichos para cativeiro

O processo de adoção de um animal dentro do programa exige o fornecimento de documentos, como RG, CPF, comprovante de residência, Certidão Negativa de Débitos Ambientais (CNDA) e um memorial descritivo do recinto onde o animal será mantido. A estrutura deve ser adequada às necessidades da espécie, com condições que garantam o bem-estar do animal. O Iema também orienta sobre a alimentação necessária para cada espécie e solicita um atestado de saúde anual, emitido por um médico veterinário.

Maria Beatriz Resende reforça que o processo de seleção dos Guardiões de Fauna é rigoroso, visando sempre o bem-estar do animal. Caso o interessado não responda ao e-mail de disponibilização do animal dentro do prazo de sete dias, seu nome será colocado no final da lista de espera. Além disso, cabe ao guardião arcar com os custos envolvidos, como a marcação do animal, que pode ser feita por anilha ou microchip, dependendo da espécie.