O cálculo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (11). No Brasil, a média da corrosão do poder de compra trazido pela perca inflacionária do poder de compra, calculada pelo o IPCA, foi de 10,54%. De acordo com o IBGE, a inflação vem se elevando gradualmente, mês a mês. Neste ano foi registrada um índice inflacionário nacional médio de 0,54% em janeiro e 1,01% em fevereiro. Na pesquisa são calculados os índices de elevação de preços de alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais e educação e comunicação.
No cálculo do IPCA, a capital do Espírito Santo tem um peso regional de 1,86% no cálculo nacional do indicador. Nestes dois meses do ano, a inflação medida pelo IPCA em Vitória foi de 1,44% e em 12 meses foi de 11,50%. A inflação anual da capital capixaba só perdeu para Curitiba (13,17%) e Rio Branco (11,76%). O indicador anual de Vitória ficou acima da média nacional de 10,54%. Já no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), Vitória manteve a liderança de ser uma das cidades mais caras do Brasil e ocupou o segundo lugar no país.
A média nacional do INPC foi de 10,80% em 12 meses, enquanto Vitória (ES) ficou acima, com o índice de 11,61%. Apenas Salvador conseguiu ficar acima dos aumentos de preços que ocorreram na Capital capixaba, como o INPC anual da Capital baiana ficando em 11,74%. O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Preços da educação e artigos de residência dispararam
Ainda em relação ao IPCA, o IBGE observou que entre os grupos de consumo que é baseada a pesquisa, a Educação e os Artigos de residência foram os que tiveram uma majoração abusiva nos preços. Na média nacional, a educação elevou apenas em fevereiro último, quando comparado ao mês anterior, 5,61% e os artigos de residência foram majorados em apenas 30 dias em 1,76%.
Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em fevereiro. O maior impacto (0,31 ponto percentual) e a maior variação (5,61%) vieram de Educação. Na sequência, Alimentação e bebidas (1,28%), que acelerou em relação a janeiro (1,11%) e contribuiu com 0,27 ponto percentual. Os dois grupos representaram cerca de 57% do IPCA de fevereiro. Transportes (0,46%), cuja variação havia sido negativa em janeiro (-0,11%), e Habitação (0,54%) também se destacaram. Os demais grupos ficaram entre 0,29% (Comunicação) e a segunda maior variação do mês, de 1,76% (Artigos de residência).
No grupo Educação (5,61%), são incorporados no IPCA, em fevereiro, os reajustes habitualmente praticados no início do letivo. O maior impacto (0,28 pontos. percentuais-pp.) veio dos cursos regulares (6,67%), com destaque para o ensino fundamental (8,06%), a pré-escola (7,67%) e o ensino médio (7,53%). Os preços dos cursos de ensino superior e de pós-graduação subiram 5,82% e 2,79%, respectivamente. E os cursos diversos, por sua vez, tiveram alta de 3,91%, sendo que a maior variação dentro do item veio dos cursos de idioma (7,29%).
Alimentação
Já resultado de Alimentação e bebidas (1,28%) foi influenciado pela alta mais intensa dos alimentos para consumo no domicílio (1,65%). Destacam-se, em particular, os aumentos nos preços da batata-inglesa (23,49%) e da cenoura (55,41%), que contribuíram conjuntamente com cerca de 0,08 p.p. no índice do mês. No caso da cenoura, as variações foram desde 39,26% em São Paulo até 88,15% em Vitória. Além disso, as frutas subiram 3,55%, variação próxima à do mês anterior (3,40%). Por outro lado, foram registradas quedas mais intensas nos preços do frango inteiro (-2,29%) e do frango em pedaços (-1,35%). Em janeiro, os recuos haviam sido de -0,85% e -0,71%, respectivamente.
Os alimentos para consumo fora do domicílio (0,30%) tiveram variação similar à verificada no mês anterior (0,25%). Enquanto o lanche passou de queda de 0,41% para alta de 0,85%, a refeição seguiu movimento inverso, desacelerando de 0,44% para 0,02%.
Transportes
No grupo dos Transportes (0,46%), a maior contribuição (0,05 p.p.) veio dos automóveis novos (1,68%), cujos preços subiram pelo 18º mês consecutivo. Além disso, os preços dos automóveis usados (1,51%) e das motocicletas (1,72%) também seguem em alta. Outros destaques foram o seguro voluntário de veículo (3,24%), o conserto de automóvel (0,92%) e o ônibus urbano (0,45%), este último por conta dos reajustes nas passagens aplicados em capitais como Fortaleza (4,38%), Recife (4,27%), Campo Grande (2,80%) e Vitória (1,73%). Além disso, os preços dos ônibus intermunicipais (0,38%) e interestaduais (1,36%) também subiram em alguns locais. E a alta do subitem táxi (0,88%), por sua vez, deve-se ao reajuste de 9,75% nas corridas no Rio de Janeiro (3,87%).
Ainda em Transportes, os combustíveis (-0,92%) se destacaram com queda pelo terceiro mês consecutivo, sendo a mais acentuada a do etanol (-5,04%). Já o preço da gasolina recuou 0,47%. Por outro lado, foram verificadas altas nos preços do óleo diesel (1,65%) e do gás veicular (2,77%).
Habitação
No grupo Habitação (0,54%), as maiores contribuições vieram de aluguel residencial (0,98%) e condomínio (0,83%), com impactos de 0,04 p.p. e 0,02 p.p., respectivamente. Além disso, a energia elétrica teve alta de 0,15%, após a queda de 1,07% observada em janeiro. Vale lembrar que, desde setembro, permanece em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. O resultado do mês também foi influenciado pela alta da taxa de água e esgoto (0,65%) e do gás encanado (0,45%).
Entre os Artigos de residência (1,76%), grupo com a segunda maior variação no índice do mês, destacam-se as altas de eletrodomésticos e equipamentos (3,18%) e de mobiliário (2,43%), que contribuíram com 0,03 p.p. cada. Nos últimos 12 meses, os itens acumulam variações de 17,85% e 18,31%, respectivamente.