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Inquérito que apura ação de pastores evangélicos com propina do MEC tem 30 dias para se encerrar


A propina cobrada por pastores evangélicos, que integram o gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC), era feita em nome de Deus e com uso da Bíblia


As propinas eram cobradas pelos pastores evangélicos em dinheiro, ouro e até em Bíblias | Fotos: Reprodução

O inquérito que apura a cobrança de propina por pastores evangélicos, integrantes do gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC) terá de estar concluído até o dia 23 de abril. O prazo de 30 dias foi determinado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia, na sua decisão onde acatou o pedido nesse sentido da Procuradoria Geral da República (PGR). A roubalheira era feita em nome de Deus. E em alguns casos, os pastores corruptos ainda queriam o pagamento da propina em ouro e até em Bíblias, sob o argumento de que a Bíblia estimularia os seus fiéis aumentar as contribuições em dímero para suas igrejas.

Carmem Lúcia apenas Indeferiu a alínea b do pedido da PGR, onde o Ministério Público Federal (MPF) pediu “o envio dos autos à autoridade policial, para a análise das circunstâncias da produção do áudio veiculado pelos portais de imprensa com pretensas declarações de Milton Ribeiro”. Na sua decisão, a ministra do STF Carmem Lúcia disse: “Indefiro o requerimento constante da alínea b por ser impertinente ao objeto da presente investigação e sem vinculação jurídica com as práticas apontadas como delituosas que teriam sido cometidas pelo investigado”.

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Apuração dos crimes praticados por evangélicos

Mas, concordou com as solicitações e disse na decisão: “Determino a instauração de inquérito em desfavor de Milton Ribeiro, ministro de Estado da Educação, para apurar os fatos descritos, que indicam possível prática de crimes”. Ela ainda escreveu que “deverá a autoridade policial, ainda, além das diligências acima deferidas, reunir outros elementos necessários à conclusão das investigações, apresentando peça informativa, nos termos do art. 230-C do Regimento Interno deste Supremo Tribunal Federal”.

Carmem Lúcia determinou que o Inquérito 4.896 Distrito Federal fosse remetido ao Departamento de Polícia Federal e fixou o prazo máximo de trinta dias improrrogáveis, “salvo caso de motivação específica e suficiente, para que a autoridade policial diligencie, pratique os atos e análise os dados obtidos”. Em seguida ordenou que fosse dado ciência à Procuradoria-Geral da República.

Quem será ouvido no inquérito

Ficaram definidas as oitivas dos seguintes investigados:1) de Milton Ribeiro;.2) pastor evangélico de Gilmar Santos; 3) pastor evangélico Arilton Moura;.4) prefeito Nilson Caffer, de Guarani D’Oeste (SP);.5) prefeita Adelícia Moura, de lsraelândia (GO); 6) prefeito Laerte Dourado, de Jaupaci (GO); 7) prefeito Sato, de Jandira (SP); 8) prefeito Calvet Filho de Rosário (MA).

A Polícia Federal (PF) atendeu imediatamente a ordem judicial e nesta última sexta-feira (25) anunciou a abertura de inquérito para apurar as denúncias de cobranças de propina por pastores evangélicos, que integram o gabinete paralelo do pastor-ministro da Educação. No pedido de abertura de inquérito, a PGR relata que haveria um “gabinete paralelo” em que os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura negociavam pedidos para a liberação de recursos. Em um dos casos, o prefeito de Luís Domingues (MA) afirmou que, após ser recebido pelo ministro da Educação, se encontrou com o pastor Santos, que teria cobrado “uma soma em dinheiro” para protocolar no MEC seus pedidos e que, após a liberação dos recursos, deveria pagar-lhe “um quilo de ouro”.

Propina cobrada por pastores evangélicos

Os dois pastores usam o restaurante do Hotel Grand Bittar, em Brasília, como ponto de abordagem dos prefeitos para cobrar propina. De acordo com relato da Folha de São Paulo, funcionários relataram que havia uma grande assiduidade, chegando a ocorrer três encontros mensais. Numa dessas ocasiões a quadrilha de pastores evangélicos chegou a exibir uma barra de ouro. Cuja exibição ocorreu em meados do ano passado. A informação dos funcionários chega ao detalhamento, onde informam que o pastor Arilton gostava de tomar café da manhã com cuscuz e ovo frito.

Os integrantes do gabinete paralelo não tinham cargo oficial no Ministério da Educação, mas como o próprio pastor-ministro Milton Ribeiro afirmou nas gravações vazadas, um deles, o Gilmar Santos, tinha a recomendação especial do presidente Jair Bolsonaro. São inúmeros prefeitos que confirmaram a atuação da quadrilha de pastores evangélicos.