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Iphan está montando um plano de salvaguarda para a capoeira no ES


O objetivo é criar um instrumento de gestão compartilhada que encampa diferentes demandas sociais, como fóruns permanentes para o combate ao racismo religioso e discriminação social, cursos de elaboração e gestão de projetos culturais, incentivo a pesquisas e mapeamento da capoeira, entre outros


Iphan está montando um plano de salvaguarda para a capoeira no ES | Foto: Divulgação/Iphan/ES

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está formulando um Plano de Salvaguarda para nortear as políticas públicas para a capoeira capixaba. Para isso o órgão federal vem elaborando a proposta ouvindo as pessoas do Espírito Santo que são envolvidas com a capoeira. No início deste mês foi promovido o III Encontro Estadual de Salvaguarda da Roda de Capoeira e Ofício de Mestres, em Cachoeiro de Itapemirim (ES).

As atividades do III Encontro deram continuidade ao trabalho iniciado em 2019, em São Mateus, e consolidado no II Encontro, em Vitória, no ano de 2023. “A cada edição, os avanços são notáveis, incluindo a formação de grupos de trabalho temáticos e a mobilização de mestres e instituições parceiras. Durante os três dias de evento, os participantes trocaram experiências e reforçaram a importância de preservar as tradições da capoeira, ao mesmo tempo em que se adaptam aos desafios contemporâneos”, diz o Ipahn em nota.

“A Capoeira é uma manifestação que tem uma tradição e está presente em todas as unidades da federação. O Plano de Salvaguarda é fundamental para manter as tradições dessa manifestação no Espírito Santo, mas também apontando o olhar para o futuro e os desafios contemporâneos, como o combate ao racismo, o preconceito contra a religiosidade de matriz africana e a manifestação do machismo”, afirmou o superintendente do Iphan no Espírito Santo, Joubert Filho.

O que é o Plano de Salvaguarda

O historiador do Iphan, Filipe Oliveira, explica o que é o Plano de Salvaguarda:“Trata-se de um instrumento de gestão compartilhada que encampa diferentes demandas sociais, tais como a criação de fóruns permanentes para o combate ao racismo religioso e quaisquer formas de discriminação social, a organização de cursos de elaboração e gestão de projetos culturais e outras atividades formativas, o incentivo a pesquisas de identificação, documentação e mapeamento da capoeira, à produção de materiais impressos e digitais relativos ao bem cultural, entre outras”, disse.

Entre os participantes do encontro realizado em Cachoeiro de Itapemirim, entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro, estiveram presentes a gerente Edineia Conceição de Oliveira, da Gerência de Estado de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (GEPPIR), o Mestre Fábio Luiz, professor de educação física da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que compartilhou sua trajetória com a capoeira desde os anos 1980; e a Mestra Patrícia Aparecida da Conceição Ladislau, conhecida como Mestra Ligeira, única mestra presente no evento. Ela abordou os desafios enfrentados pelas mulheres na capoeira, incluindo o preconceito na execução de instrumentos como o berimbau.