O julgamento do economista Marcos Venicio Moreira Andrade, réu confesso do assassinato do ex-governador Gerson Camata em 26 de dezembro de 2018, deverá ser antecipado e ser encerrado no final da tarde desta quarta-feira (4). A previsão inicial do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) era que o encerramento deveria ocorrer até esta próxima sexta-feira (6). O julgamento está ocorrendo no Fórum, Criminal de Vitória, na Cidade Alta. A acusação é dos promotores de Justiça do MPES Rodrigo Monteiro da Silva e Leonardo Augusto de A. Cezar dos Santos, que atuam na Vara do Júri de Vitória.
A família do ex-governador contratou os advogados Lucas Pagcheon Rainha, Renan Sales Vanderlei e Ludgero Ferreira Liberato dos Santos, para atuarem como assistentes dos promotores de Justiça. A condução da linha de acusação é de exclusividade do MPES. A promotoria descartou a possibilidade de o julgamento ter um tratamento diferenciado porque a vítima fatal do tiro desferido por Marcos Venicio tenha sido um ex-senador ou um ex-governador.
“O papel do Ministério Público é promover a defesa da sociedade diante desse ou de qualquer outro crime. Não há que se falar em tratamento diferenciado do processo por se tratar de um ex-governador. O trâmite foi normal e agora chegamos ao desfecho, no júri. Temos um réu confesso que, motivado por vingança, ceifou a vida de outra pessoa que não teve a menor chance de defesa”, disse o promotor Rodrigo Monteiro da Silva.
Advogado assistente do MP
Já um dos assistentes do MPES, o advogado Renan Sales comentou as lagrimas que o assassino confesso teve no início do julgamento, nesta terça-feira (3), ao dizer que não tinha a intensão de matar Gerson Camata: “O réu, se é que chorou, deveria ter chorado nos 12 minutos antes do crime, quando sai do local onde aconteceu e volta em seguida, provavelmente para buscar a arma”.
O mesmo promotor de Justiça Monteiro da Silva levantou a hipótese de o assassino confesso vir a ser condenado por homicídio simples, ao invés do qualificado como está defendendo. Ele disse que para esse caso é possível ser considerada várias condicionantes, que permitirão `´a defesa, encabeçada pelo ex-presidente da OAB-ES, Homero Mafra Filho, vir a pleitear a progressão do regime fechado para o semiaberto há três anos. Com isso avalia o promotor que há possibilidade de Marcos Venicio vir a ser solto entre o final deste ano e o início do ano que vem.
“O que queremos não é a execração dele, o que queremos é que ele apenas pague pelo que fez. Se condenado por homicídio duplamente qualificado, possivelmente só poderá pedir a progressão de pena com 10 anos na tranca”, disse o promotor. Todas as testemunhas foram ouvidas ainda nesta terça-feira e foi o que justificou, segundo o MPES, a acelerar o andamento do julgamento, que tinha previsão de durar até três dias.
A lista de testemunhas de acusação são: Delegado de Polícia da época e atual deputado estadual, Danilo Bahiense Moreira, Joilson Batista Santos, juiz Flávio jabour Moulin, a viúva Rita de Cássia Paste Camata, o ex-vereador de Vitória Sebastião Leite Pelaes, Waldyr Loureiro, chef de cozinha Carlos Mariano Miranda Ayres, Elio Virginio Pimentel, Benedito Voss Neto, Miguel Delarmelina e Fabrizio Concellieri Sathler. Na defesa, além do ex-presidente da OAB-ES ainda conta no processo 0000053-46.2019.8.08.0024, da 1ª Vara Criminal de Vitória, a advogada Junia Karla Passos Rutowistsch Rodrigues e a advogada Georgia Laranja Gonçalves dos Anjos Brandão.