O filme “Você Não Estava Aqui” apresenta a precariedade das relações de trabalho existentes atualmente
Na tarde da última quinta-feira (14), o auditório do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região no Espírito Santo abriu as suas portas para exibir o filme “Você não estava aqui” e promover uma roda de conversas. Houve até distribuição de pipoca e suco, antes da exibição do filme com uma hora e 41 minutos de exibição. A película mostra Ricky, um cidadão desempregado, que aceita atuar em serviços de entrega, sem nenhum direito trabalhista.
A TRT no Estado democratizou a exibição e abriu as inscrições para os interessados em assistir, no seu portal oficial na Internet. O órgão judiciário não emitiu opinião sobre o conteúdo do filme, produzido em 2019 pelo diretor inglês Ken Loach. O drama “Você não estava aqui” exibe a vida de uma família, pai, mãe e seus dois filhos na luta diária em busca de seu sustento, após a grande crise econômica mundial de 2008, que afetou diretamente a vida profissional da família.
Desempregado que decide virar “autônomo”
No filme, a mãe é uma cuidadora de idosos ou de pessoas portadoras de necessidades especiais, que recebe muito pouco por hora que passa com seus vários “clientes” ao longo do dia. O pai, desempregado, decide por se tornar “autônomo”, na promessa de se tornar um franqueado e ter o total controle sobre sua vida profissional e econômica, a aceita a proposta de uma empresa de fretes e trabalhar como entregador de encomendas, onde trabalha no mínimo 16 horas por dia.
Já os filhos sentem fortemente toda essa situação na família e a ausência dos pais em casa e na criação, com o filho mais velho mudando a sua personalidade e passando a realizar pichamentos em obras públicas e ser preso por pequenos furtos, além de faltar constantemente as aulas no colégio.
“Você não estava aqui” mostra a história da “uberização”, que acaba sendo a única alternativa em um momento difícil, que mostra a quem assiste à exploração selvagem do capitalismo de um século atrás. O diretor inglês Ken Loach, de 86 anos, é um dos últimos socialistas autênticas e raros da atualidade, que acredita na possibilidade da adoção de um regime igualitário não como um projeto de poder, mas como uma questão de decência humana.