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Justiça Eleitoral barra festa financiada pela Prefeitura de Baixo Guandu (ES) a oito dias da eleição


Tanto o prefeito quanto seu vice são candidatos à reeleição. A conotação política do evento foi apontada pelo Ministério Público, já que o motivo da festa não existe, uma vez que o Dia do Evangélico ocorre em 31 de outubro. A antecipação da data para as vésperas da eleição despertou a atenção das autoridades eleitorais


Justiça Eleitoral acabou com festa promovida com recursos públicos da Prefeitura de Baixo Guandu, programada para ocorrer 8 dias antes das Eleições. A festa seria no Centro, próximo ao Museu Madame Albertina Holz (foto acima, à direita) | Imagens: Reprodução

O atual prefeito e candidato à reeleição de Baixo Guandu (ES), Lastênio Luiz Cardoso (MDB), combinou com lideranças evangélicas para realizar uma “festa evangélica” oito dias antes da eleição, com dinheiro público. Somente a cantora gospel Fernanda Brum foi contratada para receber R$ 170 mil do dinheiro de impostos arrecadados junto aos contribuintes daquele município. Mas a pretensão da “festa evangélica” às vésperas da eleição foi barrada pela Justiça Eleitoral a pedido do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).]

De acordo com o noticiário do portal Rede Colatina, os preparativos político-religioso ocorreu ainda em 14 de junho, quando foi noticiado: “O prefeito do município de Baixo Guandu-ES, Lastênio Cardoso se reuniu com diversas lideranças religiosas evangélicas para discutir a programação da tão aguardada Festa do Evangélico 2024.” O mesmo portal ainda acrescentou que o prefeito se reuniu com os pastores em um clima de festa.

“A reunião foi marcada por um clima de entusiasmo e colaboração, com todos os participantes empenhados em planejar uma celebração que atenda às expectativas da comunidade evangélica e de toda a população”, acrescentou naquela ocasião o portal.

Abuso de poder político e econômico, diz o promotor eleitoral

Só que o acordo entre o prefeito e candidato à reeleição com os pastores evangélicos, em organizar uma festa programada para ocorrer na Avenida Rio Doce, próximo ao Museu Madame Albertina Holz, para as 20 horas deste sábado (28), foi visto de outra forma. O promotor eleitoral de Baixo Guandu, César Nasser Fonseca, viu na realização da festa oito dias antes da eleição municipal, e com dinheiro da Prefeitura, como sendo “abuso do poder político e econômico.”

Foi com esse argumento que o promotor eleitoral protocolou no Fórum da cidade uma Representação contra Lâstenio Cardoso e que foi aceita pela juíza Walméa Elyse Caralho Pepe de Moraes. A magistrada suspendeu a festa de Lastênio. Na sua decisão, a juíza anda notificou o prefeito e candidato à reeleição, que caso mantenha a “festa evangélica” neste sábado, tanto Lâstênio quanto seu vice-prefeito e também candidato à reeleição, Patrick Favarato Perutt (PSB) serão multados em R$ 170 mil. A juíza ainda determinou a apreensão dos equipamentos de som.

Uso político da “festa evangélica”?

Ainda em sua decisão, a magistrada observou que “a proximidade do evento com a eleição, poderia criar uma influência indevida no eleitorado, associando a popularidade do artista aos candidatos.” Neste caso, os candidatos beneficiados com a festa patrocinada pela prefeitura, seria exatamente o atual prefeito e candidato à reeleição e o seu vice, também candidato à reeleição. E isso a apenas oito dias das Eleições Municipais 2024.

Na sua denúncia, o promotor eleitoral ainda argumentou que a atual gestão de Lastênio na Prefeitura de Baixo Guandu argumentou que a antecipação da festa, de 31 de outubro, que é o Dia do Evangélico, para as vésperas da eleição era “a possibilidade de chuvas na data original.” Para o promotor, esse argumento não tem sustentação, diante dos dados meteorológicos daquela cidade do Norte do Espírito Santo.

Outro justificativa dada por Lastênio ao Ministério Público Eleitora, de que os cachês dos artistas seriam mais altos em 31 de outubro, também não foram aceitas. O Dia do Evangélico é feriado municipal em Baixo Guandu. Essa é a data em que Martinho Lutero deu início à Reforma Protestante, em 1517. Em nota oficial, a Prefeitura daquela cidade informou que vai acatar a ordem judicial, “para evitar maiores custos com o deslocamento da cantora e da equipe de logística.”