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Laboratório de pesquisa em  Arte completa 25 anos de contribuição à cultura do ES

Laboratório de pesquisa em Arte completa 25 anos de contribuição à cultura do ES | Imagens: Divulgação/Ufes

Em 1999, um grupo de pesquisadores do Centro de Artes (CAr/Ufes) se uniu com o objetivo de promover o intercâmbio de pesquisas e estudos que cruzassem as temáticas de História, Teoria da Arte e Linguagens Visuais, dando ênfase aos estudos e processos construtivos da imagem e da paisagem urbana. Dessa conexão, nasceu o Laboratório de Extensão e Pesquisa em Arte (Leena/Ufes), que há 25 anos desenvolve pesquisas sobre a cultura capixaba, em especial sobre processo criativo e arte pública.

Para celebrar este quarto de século de ações extensionistas em várias cidades do Espírito Santo, os pesquisadores do Leena estão organizando várias atividades, dentre as quais está a produção de um documentário sobre a vida e a obra da artista plástica capixaba Marian Rabelo, que morreu no último dia 31 de dezembro, aos 92 anos. O filme já está em fase de produção, devendo ser lançado até o fim do primeiro semestre. Em 2014, o Leena também publicou um livro que traz um resgate da obra de Rabelo.

Além disso, o idealizador e coordenador do laboratório, o professor José Cirilo (na foto à direita, de camisa cinza), está assinando uma coluna semanal voltada para o público capixaba, nos quais aborda assuntos ligados à arte e à cultura. O Secretário de Comunicação do Leena, Giuliano Miranda, acredita ser importante que o professor, que também é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGA), represente o Leena e o programa (que a equipe do laboratório ajudou a construir, em 2006), ocupando espaços fora da Ufes e cumprindo com a função de interlocutor com a sociedade: “É um espaço livre, que vai lançar luz, principalmente, ao que acontece na universidade enquanto instituição e prestadora de serviços”.

Novos equipamentos

Outra ação do Leena otimizada nesses 25 anos de atividades é a miniaturização de monumentos públicos de diversas cidades do estado, que proporciona a pessoas com deficiência visual o conhecimento das peças por meio do tato. Além dos programas de modelagem e impressora 3D já existentes, o laboratório adquiriu novos equipamentos, como uma máquina a laser, que agiliza a produção e facilita o processo de transformação das esculturas em miniaturas tridimensionais.

Ao longo deste ano, a equipe do Leena pretende ampliar a rede de parcerias com as prefeituras para produzir e distribuir mais kits paradidáticos às escolas públicas. Os kits são materiais de apoio a professores de Artes na educação básica que abordam a temática da educação patrimonial e, em breve, vão incluir jogos, como quebra-cabeças que formam imagens de monumentos capixabas (foto). Dentre os municípios que a equipe do Leena já fez contato sobre possíveis parcerias estão Vila Velha, Serra, Santa Teresa e a capital, Vitória. “Este trabalho está de acordo com a perspectiva de prestação de serviço da Universidade no diálogo com a sociedade, via prefeituras. Já agendamos uma conversa com Colatina”, diz o secretário.

Conhecimento

Atualmente, 18 pessoas atuam diretamente no Leena, dentre os quais estão estudantes dos cursos de graduação em Artes Visuais e Design. Além deles, há estudantes de outras instituições capixabas e colaboradores da América Latina e da Europa. “Ao longo deste ano, a gente pretende apresentar a nova cara do Leena, com novos membros, nova estrutura e maior visibilidade, tanto para o laboratório quanto para a Ufes”, explica Miranda.

Mais de 150 estudantes já passaram pelo Leena, entre alunos de iniciação científica e mestrado. “É um investimento pesado em formação de recursos humanos também. Vejo o pessoal que foi formado ou está se formando com a gente dando continuidade a este trabalho seriamente importante para a arte, para a cultura capixaba. Isso é muito gratificante”

Todo esse conhecimento acumulado proporcionou ao Leena a criação de uma pequena editora interna, responsável por publicar obras sobre arte e cultura capixaba, como o livro Atenção Arte!, de 2018 (foto). Estes trabalhos permitiram a construção de um inventário que gerou o projeto Arte Pública Capixaba. “Nossa ideia é, efetivamente, profissionalizar, personalizar e institucionalizar as pesquisas que o grupo vem fazendo em torno das perspectivas que envolvem o processo de criação na arte e na cultura no Espírito Santo”, explica Cirilo.

Ele lembra que o Leena é responsável pela organização do Poéticas da Criação, seminário ibero-americano anual que busca difundir as pesquisas sobre o processo de criação em artes e suas intersecções com diversos campos do conhecimento: “O Poéticas da Criação é hoje um dos eventos mais respeitados do país, no campo das artes”.

Legado

Cirilo considera que as bodas de prata do laboratório têm um grande simbolismo para ele, que está no final da carreira como professor (ingressou na Universidade em 1992) e poderá deixar o Leena para a Ufes como legado pessoal. Para ele, que viu o projeto nascer “numa salinha pequenininha, espremida num canto, com uma mesa improvisada e um computador capenga”, avaliar a estrutura atual mostra que há potencial para outros 25 anos de atividade, pelo menos.

“Certamente, o que nós temos produzido está deixando uma marca histórica e memorial no Espírito Santo. Eu me sinto realizado por já ter vivido 25 anos deste projeto”, conclui.

O Leena é vinculado ao PPGA/Ufes e os trabalhos desenvolvidos pela equipe do projeto têm financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).

Texto: Adriana Damasceno