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Lentidão na vacina contra Covid-19 pode levar o Brasil a demorar três anos e meio para imunizar população

O Brasil vacinou até às 21 horas desta segunda-feira (8) um total de 3.816.951 pessoas contra a covid-19 ao longo de 23 dias. A média diária é de 165.954 brasileiros e representa 1,79% da população. Nesse ritmo lento, para atingir 90% da população estimada pelo IBGE em 212.677.734 pessoas e vai demorar três anos e meio

O Espírito Santo imunizou apenas 1,99% da população de 4.064.052 capixabas. A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde afirmou que é impossível saber com precisão quando os idosos acima de 60 anos serão vacinados e muito menos precisar quando os adultos acima de 18 anos receberão a imunização contra o Covid-19 no Espírito Santo.

‘Ritmo lentíssimo’

A pesquisadora e professora da Ufes, Ethel Maciel, que conquistou notoriedade nacional em relação ao Covid-19, vem trazendo alertas em suas redes sociais. “Ritmo de vacinação: Precisamos vacinar em torno de 150 milhões de brasileiros Estamos vacinando em um ritmo lentíssimo de um milhão por semana”.

“Precisamos vacinar 1 milhão por dia para termos em 200 dias essas pessoas vacinadas, Considerando que não estamos vacinando aos domingos”, prosseguiu. Ethel ainda advertiu que há diferenças entre Estados e capitais, “um ritmo considerado lento por especialistas, mesmo diante do problema de escassez de doses que o país enfrenta”.

Ela lembrou l que a ambição é imunizar 90% da população, mas que na “atual velocidade o país levaria três anos e meio para concluir o trabalho”. A professora da Ufes lembrou que o histórico do país, “que já conseguiu vacinar em média um milhão de pessoas por dia durante a pandemia de H1N1, por exemplo”.

Elevação da doença

A atual campanha de imunização enfrenta problemas particulares, ressaltou Ethel Maciel em suas redes sociais. “Há o desafio de realizá-la em uma grave pandemia com tendência de elevação de casos e diante de um quantitativo ainda pequeno de doses disponíveis”.

O descontrole do Ministério da Saúde, gerenciado por um general do Exército sem conhecimento técnico da área de saúde, provoca “ações descoordenadas, com uma estratégia nacional ainda repleta de lacunas”. Estados e municípios passaram a decidir quem priorizariam na vacinação ―o que tem gerado ruídos na ponta diante de gargalos nas diretrizes nacionais, prosseguiu.

Governadores cobram do Ministério da Saúde um cronograma mais definido com previsão de chegada de novas doses num cenário de escassez global dos imunizantes, completou. Diante da ausência de coordenação nacional, “cada Estado segue fazendo de uma forma e precisamos melhorar a organização”.

“A desorganização de grupos prioritários com mudanças por estado, já que na última atualização do plano nacional o Ministero da Saúde retirou as fases, o que complica a logística. Seguimos também sem nenhuma campanha oficial de incentivo e explicação sobre a a vacinação”, finalizou.