Ao contrário das denúncias comprovadas de compra de bebidas alcoólicas, picanha para churrasco, salmão, Viagra, próteses penianas, onde as Forças Armadas se emudeceram, mas para contestar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, os militares foram ágeis. No início da tarde deste último domingo, Barroso, durante participação em um seminário acadêmico internacional que discutiu a atual situação brasileira, ele condenou o uso político que vem sendo dado no atual governo Bolsonaro para atacar o processo eleitoral. No final da noite, em nota assinada pelo ministro de Bolsonaro para a Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ele audaciosamente respondeu com ataques ao alerta do ministro do STF.
Em mensagem nas redes sociais, Barroso e sem citar o nome do atual presidente, voltou a defender a integridade do processo eleitoral, e das urnas eletrônicas e disse que com o envolvimento do Exército na política, há risco de “retrocesso cucaracha”. E citou como exemplo o que aconteceu na Venezuela nas últimas duas décadas, lembrando que o país vizinho se tornou um “desastre humanitário”. “Tenho a firme expectativa que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as instituições de Estado que é o universo da fogueira das paixões políticas”, disse o ministro do STF.
“E até agora o profissionalismo e o respeito à Constituição têm prevalecido. Mas não se deve passar despercebido que militares profissionais e admirados e respeitadores da Constituição foram afastados, como o general Santos Cruz, general Maynard Santa Rosa, o próprio general Fernando Azevedo. Os três comandantes, todos foram afastados. Não é comum isso, nunca tinha acontecido”, prosseguiu Barroso.
Ministério da Defesa de Bolsonaro chamou Barroso de irresponsável
“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, diz o bolsonarista que controla o Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Por fim, cabe destacar que as Forças Armadas contam com a ampla confiança da sociedade, rotineiramente demonstrada em sucessivas pesquisas e no contato direto e regular com a população. Assim, o prestígio das Forças Armadas não é algo momentâneo ou recente, ele advém da indissolúvel relação de confiança com o Povo brasileiro, construída junto com a própria formação do Brasil”, completou o chefe das Forças Armadas. Leia a íntegra da nota do Ministério da Defesa clicando neste link.