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Lula: “Cabe a nós mostrar como governar o país: cuidando das pessoas”


No último dia de atividades da Transição, que ocorreu nesta terça-feira (13), o presidente agradeceu as equipes e confirmou o nome de Mercadante no BNDES: “Precisamos de alguém que pense em desenvolvimento, em reindustrializar esse país”


Lula, no encerramento da Transição: “Crescimento só tem sentido se a gente distribuí-lo com aqueles que o produziram, que é o povo trabalhador desse país” | Foto: Reprodução/YouTube

Quase no final de seu discurso no encerramento dos trabalhos do Gabinete de Transição, na tarde desta terça-feira (13), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva acabou com o suspense envolvendo rumores sobre a indicação do coordenador da Equipe de Transição, Aloizio Mercadante, para presidir o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES). O nome de Mercadante foi oficialmente anunciado por Lula.

“Eu, Aloizio Mercadante, ouvi algumas críticas sobre você, sobre boatos de que será o presidente do BNDES. Quero dizer que não é mais boato, Aloizio Mercadante será presidente do BNDES”, confirmou Lula, arrancando aplausos da plateia. “Precisamos de alguém que pense em desenvolvimento, em reindustrializar esse país, em inovação tecnológica, em financiamento ao pequeno, médio e grande empresário, para que o país volte a gerar emprego”.

“Queremos dizer ao mundo inteiro: quer vir para cá, venha, tem trabalho, tem coisas para fazer, tem projeto novo para investimento. Mas não venham aqui para comprar nossas empresas públicas, porque elas não estão à venda. E nosso país vai voltar a ser respeitado, com soberania”, advertiu Lula.

Ao chamado “mercado”, Lula lançou um desafio: “Ao tentarem julgar o que estamos fazendo, digam se, em algum momento da vida do mercado brasileiro, ganharam tanto dinheiro como de 2003 a 201o, quando presidi o país”.

E arrematou: “Nós provamos que é possível governar para todos de verdade e isso significa que o crescimento do PIB não é um número para manchete de jornal. Crescimento só tem sentido se a gente distribuí-lo com aqueles que o produziram, que é o povo trabalhador desse país”.

Radiografia do estrago bolsonarista

“Acho que teremos uma radiografia perfeita do estrago que foi feito nesse país”, afirmou o presidente, ao comentar e agradecer o trabalho do Gabinete de Transição. Lula também mencionou o voto do povo brasileiro e todos os apoios que recebeu durante a mais dura campanha eleitoral desde a redemocratização.

“Nunca o Estado e suas instituições estiveram tão a serviço de um candidato como agora, na defesa campanha do senhor Bolsonaro”, constatou Lula. “Ele  é uma figura anômala, irracional, sem sentimento, incapaz de expressar solidariedade, que não chorou uma lágrima por quase 700 mil pessoas que morreram de Covid-19”, definiu o presidente.

Lula condenou Bolsonaro por incentivar os atos golpistas de seus apoiares que, assim como o ocupante do Planalto, não reconhecem o resultado das eleições. “Ele segue o rito de todos os fascistas no mundo”, advertiu Lula, citando outros líderes mundiais da extrema direita.

“Governar é cuidar das pessoas”

Para espantar o fantasma do extremismo é preciso governar com espírito público, defendeu Lula. “Cabe a nós agora mostrar, companheiros e companheiras, outra vez à sociedade brasileira, como se governa um país: cuidando das pessoas que precisam ser cuidadas”, clamou Lula.

Lula afirmou que, além do compromisso de garantir três refeições diárias a todos os brasileiros, irá assumir em janeiro outro com a educação básica. “Não é possível que a gente não compreenda a necessidade desses meninos e meninas terem escola de qualidade, inclusive de tempo integral”, disse.

Defesa do SUS

Ele também afirmou que a saúde não pode continuar como está. “Não é possível que, depois da pandemia”, a gente não compreenda o papel do importante, sagrado que tem o SUS na história desse país”.

Lula criticou os que tentam deteriorar a imagem do SUS, como parcela da imprensa e do setor privado. “As pessoas se esquecem que a cada ano diminui a quantidade de dinheiro colocada no SUS”.

Lula voltou a assegurar que vai trabalhar ininterruptamente pelos próximos quatro anos para devolver a alegria de viver à população brasileira. “Não haverá chuva, sol,  nada nesse mundo, a não ser Deus, que me proíba a fazer esse país voltar a sorrir, ser alegre e esse povo acreditar que é possível acabar com o complexo de vira-lata. Não somos inferiores a ninguém”, defendeu.

Diálogo participativo

O vice-presidente Geraldo Alckmin e coordenador do Gabinete de Transição do governo eleito agradeceu ao presidente eleito pelo convite para que coordenasse o Gabinete de Transição.