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Lula confirma à revista Paris Match que será candidato em 2022 e enfrentará Bolsonaro

“Serei candidato contra Bolsonaro”, afirma Lula em entrevista à revista francesa | Reprodução: Paris Match

A revista semanal é uma das mais importantes da Europa e dedicou seis páginas à entrevista com o ex-presidente brasileiro

Em entrevista à revista semanal francesa Paris Match, que saiu publicada nesta quinta-feira (20), o ex-presidente Luis Ignácio Lula da Silva confirmou que vai sair candidato no ano que vem contra a candidatura à reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Se eu for o mais bem colocado (nas pesquisas) para vencer (Bolsonaro) e eu estiver com boa saúde, eu não hesitarei (a me candidatar), disse Lula.

A resposta foi para responder a uma pergunta da jornalista da revista francesa, Manon Quérouil-Bruneel , que fez uma matéria com exclusividade na sede do Instituto Lula, em São Paulo. A Paris Match, uma das mais importantes revistas européia, deu destaque à entrevista e dedicou ao ex-presidente brasileiro, com 75 anos, seis páginas.

Irresponsabilidade de Bolsonaro

Um dos temas centrais da entrevista foi a irresponsabilidade de Bolsonaro em conduzir a pandemia do Covid-19 no Brasil, que devido à sua política negacionista e despreparo para o cargo de presidente da República, já fez com que o número de mortos ultrapassasse a barreira de 400 mil óbitos. Lula foi direto ao questionamento da jornalista e condenou Bolsonaro pelo seu negacionismo e pela sua irresponsabilidade.

O ex-presidente ainda lembrou que ao invés de ter buscado agilidade para a aquisição de vacinas e de medicamos para a intubação de pacientes, optou em difundir o uso de medicamos sem nenhuma eficácia contra o novo coronavíru, como a cloroquina. Também lembrou as sucessivas agressões verbais contra a China, o maior parceiro comercial do Brasil e o maior fornecedor de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para a produção de vacinas contra o Covid-19.

“Ele é o responsável por ao menos metade destas mortes”, declarou o ex-presidente à Paris Match. Lula afirma que é preciso aguardar as conclusões da CPI da Covid no Senado, mas diz que, em qualquer país onde a democracia funciona normalmente, Bolsonaro já teria sido tirado do cargo. Ele lamenta que, apesar dos muitos pedidos de impeachment, nenhum tenha sido levado a voto pelo presidente da Câmara.

“Os fascistas são minoria”

A jornalista francesa perguntou se há possibilidade de um golpe militar para manter o ex-capitão do Exército na presidente. Lula respondeu que não vê essa possibilidade, porque  “os fascistas são uma minoria”. “Bolsonaro não é um democrata, mas a maioria da população brasileira é”, completou e acrescentou que tem a absoluta certeza de que Bolsonaro vai perder as eleições presidenciais no ano que vem.

Na longa entrevista, publicada no formato de pergunta e resposta, vários temas foram abordados, como a sua prisão, a anulação de sua condenação pelo STF, onde Lula teve a oportunidade de dizer que foi alvo de uma perseguição judiciária. “Meu único crime foi ter chegado à presidência, eu, um torneiro-mecânico sem diploma universitário”, disse Lula. Esta última frase foi transformada em destaque pela Paris Match.

Ele também se disse preparado para uma campanha presidencial violenta, sob os desmandos de Bolsonaro, mas que para isso “a melhor resposta para se opor à violência de Bolsonaro é liderar uma campanha pacífica e não entrar no jogo dele”. Ele descartou o uso de comícios, lembrando que já tomou as duas doses do imunizante contra o Covid-19, mas q        ue ” a maioria da população brasileira ainda não”.