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Lula realizou discurso histórico na Cinelândia, no Rio de Janeiro, na noite desta última quinta-feira (7)


Em discurso na Cinelândia lotada, Lula diz que o Rio “não pode aparecer apenas por conta da violência” e defende a volta de um Brasil mais humanizado


Lula promoveu um discurso história nesta última noite de quinta-feira (7), na Cinelândia, no Centro Histórico do Rio de Janeiro | Vídeo: Canal Grafitti News/Reprodução do PT

Lula foi recebido, na noite desta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, por dezenas de milhares de pessoas, que lotaram a Cinelândia, palco das maiores manifestações populares da história da cidade. Emocionado ao se lembrar das lições da mãe e entusiasmado com a enorme quantidade de pessoas reunidas, o ex-presidente disse ter vontade de governar o Brasil para cuidar dos cariocas e de todos os brasileiros.

“Eu duvido que o estado do Rio de Janeiro tenha recebido em toda a sua história, de qualquer presidente da República, a quantidade de recursos que o PT botou neste estado. E por que nós fizemos isso? Porque o Rio de Janeiro é muito importante para o Brasil, e o Rio de Janeiro não pode ficar aparecendo nas bancas de jornais apenas por conta da violência, apenas por conta das balas perdidas, apenas por conta da morte de filhas, de irmãos, de pais de gente pobre”, discursou.

Segundo Lula, a violência tem várias razões, mas uma das principais é a ausência do Estado. “Se o povo tivesse emprego, se tivesse escola de qualidade, se tivesse saúde de qualidade, se tivesse área de lazer, se tivesse cultura, se tivesse água boa, tratamento de esgoto, não teria metade da violência que tem no Rio de Janeiro”, acrescentou (veja a íntegra do ato no fim desta matéria).

O largo da Cinelândia ficou lotado de pessoas para ouvir Lula falar | Foto: Ricardo Stuckert

Governar com o coração

O ex-presidente ressaltou que a diferença entre o seu governo e o de Jair Bolsonaro é justamente a crença de que o Brasil pode ser grande se o Estado acreditar e apoiar a população, fazendo investimentos. Foi assim que, no governo Lula, a Petrobras descobriu o pré-sal e a indústria naval multiplicou por mais de 20 os postos de trabalho.

“Agora, pergunte quanto esse genocida que está governando investiu no Rio de Janeiro. Pergunte qual foi a grande obra que ele fez. Qual foi a escola técnica, a universidade que ele fez? Qual foi o dinheiro para a saúde que ele colocou? Nada, nada, nada. Só quer tirar”, criticou Lula, referindo-se à insistência de Bolsonaro em privatizar o patrimônio nacional.

“Este país está precisando voltar a ser humanizado. Nós precisamos voltar a ser humanistas outra vez”, prosseguiu. “Quando eu era presidente, eu dizia: ‘A gente precisa pensar com o coração’. Este país, o cara não tem que governar, tem que cuidar. E cuidar de quem? De quem mais precisa”, completou.

E, segundo Lula, não é o rico ou a classe média alta que precisam do governo. “É o povo trabalhador, é o pequeno e médio produtor rural, são as pessoas quem moram nas favelas e nas periferias, são os micro e pequenos empreendedores, são as pequenas cooperativas que precisam do Estado. É para esses que nós temos que governar. Se não, a gente não vai tirar o país da desgraça em que eles meteram.”

Alckmin: Lula é esperança

O ex-governador Geraldo Alckmin iniciou sua fala fazendo referência à multidão que lotava a Cinelândia. “Quando eu vejo aqui essa grande manifestação na Cinelândia, eu entendo por que que o Bozo está com medo da urna eletrônica. É porque ele está com medo do voto do povo”, disse.

Alckmin contou que, ao percorrer o Brasil ao lado de Lula, tem notado como os brasileiros veem na volta do ex-metalúrgico a esperança de uma vida melhor. E o mesmo acontece no Rio de Janeiro. “O Rio está com saudade. Indústria naval, indústria petroquímica, Comperj, moradia, Minha Casa Minha Vida, saúde, emprego, salário mínimo valorizado, juventude com oportunidade”, enumerou, referindo-se ao governo Lula.

Atentado

Policiais militares do 5⁰ BPM (Praça da Harmonia) conseguiram prender e identificar o homem que promoveu um atentado a bomba contra o contra o ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cinelândia, no Centro do Rio, na noite desta quinta-feira. Segundo a Polícia Civil carioca trata-se de André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos. Ele foi autuado pelo delegado titular da 5ª Delegacia de Polícia (Bairro Mem de Sá), por crime de explosão. Ele arremessou uma garrafa plástica com um explosivo contra a muldidão que participada do ato de Lula. (Foto: Polícia Civil do RJ)

De acordo com o Artigo 251 do Código Pena em vigor, um crime dessa natureza tem como punição a condenação de três a seis anos de prisão, além do pagamento de multa. O artigo prevê que essa punição é para quem expõe ao perigo a vida de outrem, a integridade física ou o patrimônio, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos anatômicos.