fbpx
Início > Lula recebe propostas de governo de mais de 80 entidades que representam os movimentos populares do Brasil

Lula recebe propostas de governo de mais de 80 entidades que representam os movimentos populares do Brasil

As propostas foram entregues ao ex-presidente Lula por mais de 80 movimentos sociais | Foto: Reprodução/YouTube

Mais de 80 movimentos sociais brasileiros se reuniram na última semana, em São Paulo, para entregar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a proposta dos movimentos populares “Superar a crise e reconstruir o Brasil”. As sugestões estão englobadas dentro de 10 eixos: 1) Reduzir as desigualdades econômicas e sociais; 2) Trabalho, emprego e renda; 3) Estado e serviços públicos. Estava presente no ato o pré-candidato à Vice-Presidente, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB). 4) Reforma urbana com cidades inclusivas; 5) Segurança pública; 6) Democracia; 7) Meio ambiente; 8) Reforma agrária, agricultura familiar, agroecologia e soberania alimentar; 9) Igualdade e diversidade; 10) Relações internacionais e soberania.

O documento aponta saídas para os problemas sociais e econômicos impostos ao país pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL). “Essas propostas se opõem ao projeto político do neoliberalismo, atualmente hegemônico na direção do Estado brasileiro e que patrocina uma série de ataques à democracia, aos direitos sociais e à soberania nacional. Se opõem também ao golpe de 2016 e os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, que lhe deram sequência, foram e são instrumentos desse projeto”, diz o início do documento. Para fazer o download do documento é só clicar neste link ou ler o documento, a seguir, em arquivo PDF:

superar-a-crise-e-reconstruir-o-brasil-3

“É fundamental derrotar Bolsonaro”

“É fundamental derrotar Jair Bolsonaro e o bolsonarismo, com suas ideias reacionárias e anti-povo e sua forma de fazer política autoritária, baseada em mentiras e desinformação. É fundamental derrotar o projeto neoliberal e garantir um governo que atenda às demandas populares. Enxergamos que a candidatura do ex-presidente Lula pode expressar essa mudança de rumos e acreditamos que a convergência do seu programa de governo com as bandeiras que animam as lutas sindicais e populares dependerá da nossa capacidade de mobilização, organização e construção coletiva e unitária”, prossegue.

“A fome, o desemprego, o trabalho precário e o arrocho salarial retratam a deterioração das condições de vida da classe trabalhadora. Assim como os baixos índices de crescimento da década, o desmonte das cadeias de produção e das políticas de apoio à agricultura familiar. Além do sucateamento dos serviços públicos básicos como saúde e educação e das empresas públicas, a privatização em áreas estratégicas, que são também consequência da aplicação do programa neoliberal”, prossegue as entidades.

Foi a partir da deterioração do Estado brasileiro pelo atual presidente que as entidades propuseram elaborar as propostas. E com isso são apresentado um conjunto de propostas para motivar o embate político nas periferias das grandes cidades e nos interiores desse Brasil. Elas são o caminho para construir a força política e social para alterar a correlação de forças e viabilizar um processo de mudanças necessárias para superar a crise e reconstruir o Brasil, alegam.

Entre as sugestões estão a realização de uma reforma tributária progressiva e que considere a capacidade contributiva de cada pessoa (com taxação de lucros e dividendos, fortunas, heranças, juros sobre capital próprio, remessa de lucros para o exterior etc).  Constituir um programa permanente de renda básica cidadã e revogar a Emenda Constitucional 95 (teto de gastos) para que o orçamento público seja um instrumento de redução das desigualdades, por meio da garantia de políticas públicas e investimentos.

Também consta a criação de uma política emergencial de enfrentamento à fome que possa ligar campo e cidade. Implantar cozinhas comunitárias prioritariamente geridas por trabalhadores e trabalhadoras da comunidade local como forma de acesso ao trabalho e renda, com produtos vindos prioritariamente da agricultura familiar. Ainda há a sugestão de Instituir uma política de valorização do salário mínimo, garantindo sua correção frente a inflação e a sua valorização em termos reais para que ele seja, de fato, o mínimo necessário para atender as necessidades de uma vida digna.

Consta entre as propostas a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário e com controle das horas extras, eliminando as formas precarizantes de flexibilização da jornada, além de incentivar o compartilhamento do trabalho doméstico e de cuidados entre Estado, homens e mulheres, de modo a reduzir a jornada de trabalho total das mulheres.

Revogação das privatizações de Bolsonaro e valorizar a ciência e tecnologia

Outro item é a retomada do caráter público das empresas sob controle do governo, revogando privatizações, como instrumentos para o desenvolvimento nacional e atendimento das demandas da população, com a garantia de preços acessíveis em produtos e serviços essenciais como gasolina, gás de cozinha, medicamentos e energia elétrica.

Construir de um plano estratégico de investimento em Ciência e Tecnologia voltado para o desenvolvimento soberano e para superação dos principais problemas sociais do país, recompor do orçamento da Educação, Ciência e Tecnologia para patamares de 2014 e liberar integralmente o FNDCT para recompor o orçamento do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, incluindo o reajuste das bolsas de estudos. Também é citada a recuperação da educação e a ampliação do financiamento público à saúde.

Combate ao genocídio da juventude negra

É pleiteada a promoção de uma política de segurança pública cidadã, desmilitarizada combatendo a lógica de guerra ao povo, investindo em formação em direitos humanos e na produção de dados e inteligência e dando condições dignas de trabalho aos agentes de segurança pública. Implementar uma Agenda Nacional pelo Desencarceramento que aposte na ressocialização e em formas alternativas de responsabilização.

A adoção de uma nova política de drogas, entendendo que esse assunto deve estar mais relacionado à garantia do direito à saúde do que ao direito penal. Fortalecer uma política de controle de armas, que colabore decisivamente para redução do número de homicídios e feminicídios e ampliar o controle social sobre as políticas de Segurança Pública.

Uma democracia participativa

Nas sugestões ainda há a apresentação de uma proposta de reforma político-institucional ampliando o mecanismo de controle social sobre os poderes, estimulando mecanismos de democracia participativa direta como plebiscitos e referendos, estabelecendo cotas no legislativo para indígenas e quilombolas e também combatendo o controle do poder econômico sobre as instituições públicas e a politização do judiciário, das Forças Armadas e das corporações policiais.

Nesse item ainda é sugerida a retomada e a ampliação das mais diversas formas de participação social na elaboração, planejamento e controle social das políticas públicas, inclusive econômicas, através dos conselhos, conferências e formas inovadoras de participação e deliberação popular. E que seja garantido e promovido os direitos políticos e sociais da população negra, LGBTI, mulheres, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência.

Combate ao racismo, o machismo e a LGBTIfobia estruturais

No rol de sugestões está a atuação para que as políticas de igualdade e diversidade, para além das ações afirmativas, sejam implementadas de forma transversal em todas as esferas da sociedade, combatendo dessa forma o racismo, o machismo e a LGBTIfobia estruturais. Também é pleiteada a construção da igualdade para as mulheres em todas assuas dimensões e diversidade de classe, raça, sexualidade necessita de políticas universais combinadas, com ações afirmativas de ruptura com a divisão sexual e racial do trabalho; de socialização do trabalho doméstico e de cuidados; de ações para erradicar as causas da violência contra as mulheres e da defesa da autonomia das mulheres sobre seus corpos e sexualidade.

É solicitado um Pacto Nacional contra a Violência e Pela vida das Mulheres reconstrução das infraestruturas de proteção da vida das mulheres, ampliação das delegacias da mulher; com casa de acolhimento para mulheres em situação de violência, com medida emergencial ligada a ações de emprego e renda. Adoção de políticas afirmativas para o enfrentamento ao racismo, com a manutenção da lei de cotas e a ampliação de cotas raciais no serviço público, garantia de igualdade salarial e combate ao encarceramento em massa e ao genocídio da
população negra. E o enfrentamento da violência e discriminação contra a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexuais, promover a diversidade e uma cultura pluralista na educação pública, estabelecer políticas públicas de proteção e promoção dos direitos LGBTI.

As entidades que assinaram o documento:

Aliança Nacional LGBTI+

Articulação Brasileira de Gays – ARTGAY

Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL

Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB

Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade – ANMIGA

Associação Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs

Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas – ABRAFH

Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e

Intersexos – ABGLT

Associação Brasileira de ONGs – ABONG

Associação Brasileira de Reforma Agrária – ABRA

Associação Brasileira de Saúde Bucal Coletiva – ABRASBUCO

Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania – ADIC

Associação Nacional Vida e Justiça em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19

Brigadas Populares

Cajueiro Assessoria e Pesquisa em Juventude

Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3

Central de Movimentos Populares – CMP

Central dos Trabalhadores e Trabalhadora do Brasil – CTB

Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil

Centro Brasileiro de Estudos da Saúde – CEBES

Centro de Estudos Bíblicos – CEBI

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

Círculo Palmarino

Coletivo de Entidades Negras – CEN

Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE

Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Organismo da CNBB – CBJP

Comissão Episcopal de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB

Comitês Islâmicos de Solidariedade – CIS

Confederação Nacional das Associações de Moradores – CONAM

Confederação Nacional dos Trabalhadores e Assalariados e Assalariadas Rurais – CONTAR

Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar – CONTRAF

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE

Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras

Familiares – CONTAG

Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS

Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB

Conselho Pastoral de Pescadores – CPP

Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos –CONAQ

Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN

Escola Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara

Federação Única dos Petroleiros – FUP

Fora do Eixo

Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – FBSSAN

Frente pela Vida

Grito dos Excluídos e Excluídas

Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC

Juventude Fogo no Pavio

Juventude Pátria Livre – JPL

Levante Popular da Juventude – LPJ

Marcha Mundial das Mulheres – MMM

Mídia Ninja

Movimento Brasil Popular – MBP

Movimento Camponês Popular – MCP

Movimento de Juventude Afronte!

Movimento de Juventude Kizomba

Movimento de Mulheres Camponesas – MMC

Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos – MTD

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB

Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA

Movimento dos Trabalhadores do Campo – MTC

Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra – MST

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST

Movimento Nacional Contra Corrupção e pela Democracia – MNCCD

Movimento Nacional da População de Rua – MNPR

Movimento Nacional de Defesa e Luta da População em Situação de Rua – MNLDPSR

Movimento Nacional de Luta por Moradia – MNLM

Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – MNCR

Movimento Negro Unificado – MNU

Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM

Movimento Popular de Pescadores – MPP

Movimento Popular Socialista – MPS

Movimento Raiz da Liberdade

Mulheres em Movimento

Pastoral da Juventude Rural

Pastoral Operária

Plataforma dos movimentos sociais pela reforma do sistema político Red Gaylatino

6ª Semana Social Brasileira

Trabalhadores sem Direitos

União Brasileira de Mulheres – UBM

União da Juventude Socialista – UJS

União de Negros pela Igualdade – UNEGRO

União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora – UNEAFRO

União Nacional de Lésbicas Gays Bissexuais Travestis e Transsexuais – UNALGBT União Nacional por Moradia Popular – UNMP