Em conversa com a imprensa em Recife (PE), nesta última sexta-feira (14), o ex-presidente defendeu acordo entre empresários e movimento sindical para garantir direitos aos trabalhadores
Em entrevista coletiva em Recife (PE), nesta última sexta-feira (14), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a necessidade de o Brasil rediscutir as relações capital/trabalho, de forma que os trabalhadores tenham algum tipo de proteção social e ninguém seja submetido a trabalho análogo à escravidão.
Ele lembrou que, na situação de desemprego e muito trabalho informal, há pessoas que não tem nenhum direito, e defendeu a necessidade de haver um sistema que dê assistência, quando houver infortúnio, e garanta o mínimo de sobrevivência a quem trabalha.
“Nós queremos fazer uma discussão profunda com empresários e movimento sindical sobre a questão da CLT e sobre os direitos dos trabalhadores. A gente não quer uma volta ao passado, a gente quer apenas garantir que os trabalhadores não sejam tratados como escravos. E quer garantir emprego com mais estabilidade porque hoje tem muita gente fazendo bico”, disse em última agenda de viagem ao Nordeste.
Lula e Bolsonaro estiveram nesta mesma semana em Recife
Enquanto o comício realizado pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL), para o segundo turno da eleição presidencial, ocorreu nesta última quinta-feira 13), na Praia de Boa Vigem e tinha um público ínfimo, Lula foi recepcionado por milhares de pessoas no Centro da Capital pernambucana. “O ato dele aqui em Pernambuco foi um fiasco (…) Eu sei que ele veio aqui ontem. Seria até bom alguém ligar pra ele e pedir pra ele ver na televisão a nossa passeata. Que ele vai ver que é bem maior do que o vergonhoso ato que ele fez. Se ele tivesse que viver de venda de camisa, ia morrer de fome. De tão pouca gente que tinha”, afirmou Lula durante a coletiva de imprensa.
Na conversa com os jornalistas, Lula afirmou que, num novo governo, a vida no Nordeste vai melhorar ainda mais. “Quero que o Nordeste seja igual o melhor estado brasileiro, em que todo mundo tenha direito a alguma coisa. Vamos acabar com essa história de que nascemos para passar fome, para o analfabetismo ou para crianças morrerem de desnutrição. Se preparem porque vamos voltar e as coisas vão melhorar ainda mais”, afirmou, contando que nos governos petistas, os pobres no Brasil tiveram aumento de renda de 84%, enquanto o percentual dos ricos foi de 20%. “Foi a primeira vez que a renda dos pobres aumentou mais do que a dos ricos”.
“Teve momento no meu governo em que o Nordeste crescia acima dos padrões chineses. Teve ano que cresceu acima de 10%. Obviamente, a vida no Nordeste melhorou”, disse, lembrando que foi em seus governos, mesmo diante de tanta gente contra, que o projeto de transposição do São Francisco saiu do papel e teve mais de 80% das obras erguidas. E criticou Bolsonaro que fez 5% do projeto e mente, dizendo que é dele a paternidade.