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Lula voltou a ser visto como aquilo que de fato é: a representação do centro democrático no Brasil

“Não por acaso, o ex-presidente recebeu acenos do MST e da Faria Lima, logo após sua entrevista à mídia independente”, escreve o jornalista Leonardo Attuch

Lula | Foto: Ricardo Stuckert

Reprodução do portal Brasil 247/Leonardo Attuch

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá vir a ser, em 2022, o candidato do MST, dos trabalhadores, dos pequenos e médios empresários, dos agricultores familiares, do agronegócio comprometido com a sustentabilidade, dos militares nacionalistas e até mesmo da Faria Lima. Foi o que ficou claro após sua primeira entrevista coletiva de 2022, concedida aos veículos da mídia independente, aquela que se financia por meio de seus leitores e da publicidade programática, decorrente da audiência de seus sites. Entre estes veículos, o próprio 247.

Na prática, Lula voltou a ser percebido pela sociedade brasileira como aquilo que sempre foi: a representação real de um centro democrático, que é capaz de coordenar os interesses de todos os setores da sociedade, em busca do bem comum. Foi exatamente esta habilidade que fez de seus governos os mais bem-sucedidos da história do Brasil, quando o Brasil chegou perto de beliscar o posto de quinta maior economia do mundo. A guerra judicial empreendida contra o Partido dos Trabalhadores, conduzida pelo ex-juiz suspeito Sérgio Moro a serviço de inconfessáveis interesses internacionais e também locais, fez com que o Brasil despencasse para a décima-terceira posição.

Trecho da entrevista coletiva de Lula à mídia independente | Vídeo: YouTube

Não por acaso, o dia seguinte à entrevista de Lula trouxe duas notícias aparentemente contraditórias: o apoio do MST à chapa Lula-Alckmin e o reconhecimento da Faria Lima de que a queda do dólar e da curva de juros se deve à fala sensata do ex-presidente na sua entrevista coletiva. Lula é exatamente a peça capaz de representar um governo de conciliação de classes e concertação nacional, em busca de um desenvolvimento inclusivo e para todos – e não apenas para os grupos mais fortes e violentos da sociedade brasileira.

Outro ponto positivo foi o reconhecimento pela imprensa corporativa, aquela que depende do grande capital, em relação ao papel desempenhado pelos jornalistas profissionais da mídia independente. Além disso, a entrevista de Lula, preparada por Ricardo Stuckert e conduzida por José Chrispiniano, foi também um exemplo de profissionalismo por parte dos seus organizadores. E engana-se quem imaginava que ali haveria uma “imprensa amiga” ou controlada pelo ex-presidente. Lula foi confrontado com perguntas difíceis, sobre temas delicados, como a aliança com Geraldo Alckmin, a retomada da industrialização, a questão militar e, como fez Mauro Lopes, do 247, a necessidade de uma maior representação de negros, mulheres e povos indígenas em seu eventual terceiro governo.

Em todas as questões, Lula se saiu bem, sem ficar em cima do muro. Deixou claras suas posições e destacou que hoje enxerga o que há de melhor nos indivíduos e nas instituições. Por isso mesmo, caso seja eleito, Lula estará pronto para conduzir uma das mais belas experiências políticas da história da humanidade: a reconstrução de uma das mais importantes e admiradas nações do mundo, que foi colocada à beira do abismo por uma guerra híbrida após a descoberta do pré-sal e pela irracionalidade de setores de sua própria classe dominante. Nesta disputa, só há duas opções: a construção da civilização brasileira ou a barbárie e a desintegração nacional. Lula representa a primeira.