A busca desenfreada por poder e dinheiro (público) por lojas maçônicas e por igrejas evangélicas bolsonaristas levou as redes sociais desenterrar documentos, vídeos e noticiário antigo nesta semana mostrando o envolvimento político dessas instituições com a extrema-direita brasileira. O vídeo de Bolsonaro dentro de uma loja maçônica é anterior a 2018, quando ainda era deputado federal e ele fala sobre corrupção e “questões ideológicas”. O vídeo, acaba mostrando o atual presidente envolvido com entidade repudiada pela Igreja Católica, que proíbe os católicos de serem maçons por ser “pecado grave” e que por isso estão proibidos de “aproximar-se da Sagrada Comunhão”.
Mas, no meio evangélico que transformou, nestas eleições 2022, os seus templos em comitês eleitorais da extrema direita bolsonarista, com agravante de difundir fake news carregados de ódio, não há nenhum mal em ser membro de uma instituição considerada como “satânica” por alguns religiosos. Também foi desenterrado vídeos de Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, mais conhecido como Cabo Daciolo, um pastor evangélico, bombeiro militar e ex-candidato à Presidência da República, em 2018, pelo Patriota.
“Líderes evangélicos envolvidos com o satanismo da Maçonaria”
No vídeo publicado por Daciolo em 12 de setembro de 2018 na sua conta do Facebook ele falado sobre líderes evangélicos envolvidos com o satanismo da maçonaria”. Daciolo, revoltado, escreveu no Facebook: “Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas, Hebreus 4.13. A verdade assusta, mas precisa ser exposta. A Maçonaria já permeou a política brasileira e tem invadido as nossas igrejas. Oremos a Deus! Somos o sal da terra e a luz do mundo. Cabo Daciolo 51, Juntos somos fortes, Nem um passo daremos atrás. Deus está no controle”.
E citou no vídeo divulgado por ele há nomes: Entre esses maçons-evangélicos Daciolo citou o empresário bolsonarista da comunicação e proprietário da Igreja Universal, Edir Macedo, e o radical de extrema-direita bolsonarista que se diz pastor evangélico, Silas Malafaia. O pastor e ex-candidato a Presidência, disse que a maçonaria tem o sentimento anticristo. Numa entrevista em que concedeu a uma emissora de televisão e que reproduziu em sua conta no Facebook, ele ainda disse que os maçons-pastores evangélicos tentaram lhe matar, caso tornasse público o envolvimento deles com a Maçonaria.
Evangélicos que seguem a Bíblica querem distância do “bode preto” maçônico
A Maçonaria, que teve vínculos com grandes eventos políticos no Brasil, incluindo a derrubada da Monarquia e a instalação de um governo Republicano. Ao contrário dos evangélicos que não se importam do envolvimento de suas lideranças com o “bode preto”, uma das simbologias da maçonaria, ou ainda as acusações de que é uma entidade “satânica”, é repudiada com veemência pela Igreja Católica. Entre os evangélicos que seguem a Bíblica Cristã, a maioria quer distância do “bode preto” maçônico.
Na Igreja Católica, são vários os posicionamentos e encíclicas contra a Maçonaria. São várias proibições para que católicos não serem membros da Maçonaria, uma instituição renegada pelo catolicismo. Em 1738 o papa Clemente XII proibiu taxativamente que católicos tivessem participação em lojas maçônicas. Em 20 de abril de 1884 foi a vez do papal Leão XIII assinar a Encíclica do Humanum Genus, proibindo a mesma participação de católicos na Maçonaria e que pode ser lida na íntegra clicando neste link. No dia 26 de novembro de 1983 o então prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger, que viria a se tornar o papa Bento XVI, assinou uma Declaração sobre a Maçonaria, que pode ser lida clicando aqui. onde reafirma a incompatibilidade entre o catolicismo e a maçonaria. Em 10 de março de 1985 o Vaticano tornou a referendar a “Inconciabilidade entre fé cristã e Maçonaria”, que pode ser lida na íntegra e em português clicando neste link.
Assembleia de Deus, igreja evangélica ou comitê eleitoral bolsonarista?
A igreja evangélica Assembleia de Deus, fundamentalista pentecostal e que surgiu no Brasil 1911 em Belém (PA) pelas mãos dos estrangeiros sueco-americanos Gunnar Vingren e Daniel Berg, decidiu abandonar os ensinamos da Bíblia para se tornar um simples partido político bolsonarista. Nesta quarta-feira (5), o agora partido Assembleia de Deus anunciou que vai punir os membros do seu comitê partidário que sejam de esquerda.
Ao se posicionar politicamente como entidade radical de extrema-direita e não mais uma instituição religiosa, a direção da Assembleia de Deus anunciou que vai punir os membros que “defenderem pautas de esquerda dentro da cosmovisão marxista”. Num posicionamento fascista e nada cristão, a cúpula extremista de direita da Assembleia de Deus enalteceu o líder espiritual, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e promoveu ataques não ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Faltou apenas os pastores evangélicos bolsonaristas mudar o nome de “igreja” para partido político radical de direita Assembleia de Deus.