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Mais de 2.300 cientistas cidadãos colaboram com levantamentos de biodiversidade da Mata Atlântica


O INMA, cuja sede nacional fica em Santa Teresa (ES), apresenta seu Programa de Ciência Cidadã na ExpoT&C, mostra de ciência e tecnologia que integra a programação da 76ª reunião anual da SBPC, que se encerra neste sábado (13), em Belém (PA)


Mais de 2.300 cientistas cidadãos colaboram com levantamentos de biodiversidade da Mata Atlântica | Imagem: INMA

Mais de 600 espécies da Mata Atlântica, incluindo 87 endêmicas desse bioma e 13 ameaçadas de extinção, foram registradas pelos mais de 2.300 cientistas cidadãos colaboradores dos projetos que integram o Programa de Ciência Cidadã do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), instituição de pesquisa federal sediada em Santa Teresa, região Central Serrana do Espírito Santo.

O Programa de Ciência Cidadã do INMA é o tema do estande da instituição montado na ExpoT&C, mostra de ciência e tecnologia que integra a programação da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Belém/PA, até sábado, dia 13 de julho.

Envolvimento do público em projetos científicos

A Ciência Cidadã consiste em envolver o público em projetos científicos, tornando essas pessoas cientistas cidadãos que podem atuar na coleta ou análise dos dados ou ainda criando suas próprias perguntas de pesquisa. O programa de Ciência Cidadã do INMA, criado em 2019 com o objetivo de promover o engajamento do público no fazer científico, reúne mais de 8.500 registros enviados por pessoas de diferentes idades e realidades, como estudantes, professores e visitantes ou funcionários da instituição, que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Na SBPC, pesquisadores do INMA falam ao público sobre os projetos em andamento no INMA e orientam os interessados para que possam se tornar cientistas cidadãos, realizando e enviando registros de espécies de flora e fauna para a plataforma iNaturalist, por Whatsapp ou para as redes sociais dos projetos, principalmente Instagram.

Dados

“Os dados são revisados por especialistas nos grupos biológicos que são estudados, garantindo a qualidade desses dados para uso em pesquisas científicas. Outro aspecto importante é que todos os dados são georreferenciados, permitindo a elaboração de mapas precisos de distribuição geográfica das espécies, os quais já cobriram algumas lacunas de conhecimento que existiam para o estado do Espírito Santo”, explica Natália Ghilardi-Lopes, supervisora do Programa de Ciência Cidadã do INMA e professora da Universidade Federal do ABC.

Dentro do Programa de Ciência Cidadã do INMA existem cinco projetos em andamento, que visam realizar o levantamento da biodiversidade de borboletas, anfíbios, répteis, aves e primatas do Espírito Santo. Além disso, é uma meta do programa proporcionar aos participantes aprendizagens de conceitos científicos, habilidades de investigação, autoconfiança e interesse pela ciência e meio ambiente.

Anfíbios

“Cantoria de quintal” monitora e realiza o inventário de anfíbios por meio de registros sonoros: os cientistas cidadãos gravam o som dos ambientes e, a partir da cantoria registrada, é possível saber quais são as espécies presentes nessas gravações. Já “Borboletas Capixabas” coleta registros fotográficos: o projeto identifica as espécies de borboletas presentes no estado do Espírito Santo, em especial no município de Santa Teresa, e se existem espécies ameaçadas de extinção.

O projeto “Eu conheço os répteis daqui!” estimula os voluntários a desvendar quais são e onde estão as espécies de répteis do Espírito Santo. No projeto “Bromélias”, cientistas cidadãos devem fazer o levantamento da diversidade dos anfíbios que habitam as bromélias da Mata Atlântica. O projeto “FIT Count” tem como objetivo investigar a visitação de flores por animais, que são potenciais polinizadores. Os participantes observam plantas-alvo por 10 minutos e contabilizam os visitantes florais no aplicativo do projeto.

Recentemente, dois cientistas cidadãos foram coautores em artigos científicos, publicados com pesquisadores do INMA e de outras instituições. Uma espécie rara de borboleta, ameaçada de extinção, foi registrada pela primeira vez no Espírito Santo, pelo cientista cidadão Gustavo Rodrigues Magnago.

Borboleta rara

Ele fez o registro da borboleta Petrocerus catiena em dezembro de 2022, a 1100 metros de altitude, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Reserva Kaetés, da qual ele é gerente, no município de Castelo/ES. Os pesquisadores Laura Braga, do INMA, Augusto H. B. Rosa e André V. L. Freitas, ambos da Unicamp, receberam o registro, identificaram a espécie e constataram que se tratava do primeiro registro fora do estado do Rio de Janeiro. O achado foi publicado na revista “Journal Insect Biodivesity” em dezembro de 2023.

Também em dezembro de 2023, foi publicado na revista internacional “Biodiversity Data Journal” artigo tendo a cientista cidadã Dulce Daleprane entre os autores. A moradora da área rural de Santa Teresa/ES fez um registro inédito do lagartinho Heterodactylus imbricatus para o município de Santa Teresa.

Serviço:

Expotec, que integra a programação da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

Data: Sábado, 13 de julho, de 8h30 às 17h

Palestra: ”Importância da Ciência Cidadã para a avaliação do status de conservação das espécies de borboletas ameaçadas de extinção”, com a pesquisadora Laura Braga