Empregos verdes são aqueles que contribuem substancialmente para preservar ou restaurar a qualidade ambiental, abrangendo atividades agrícolas, industriais, de pesquisa e desenvolvimento (P&D), administrativas e de serviços
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que até 2030, 18 milhões de empregos verdes serão criados no mundo, com 7,1 milhões desses postos de trabalho no Brasil. Essa transformação do mercado de trabalho resultará na extinção de 7,5 milhões de empregos em setores como pecuária, mineração e combustíveis fósseis. Em contrapartida, 22,5 milhões de empregos verdes serão gerados em áreas como energia renovável, agricultura, silvicultura e construção.
Empregos verdes são aqueles que contribuem substancialmente para preservar ou restaurar a qualidade ambiental, abrangendo atividades agrícolas, industriais, de pesquisa e desenvolvimento (P&D), administrativas e de serviços. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), esses empregos incluem trabalhos que ajudam a proteger ecossistemas e biodiversidade, reduzir o consumo de energia, materiais e água por meio de estratégias de alta eficiência, descarbonizar a economia e minimizar ou evitar totalmente a geração de resíduos e poluição.
Importância da transição
Luana Romero, diretora executiva do Ideias, destaca a importância dessa transição: “A criação de empregos verdes tem o potencial de redefinir o mercado de trabalho e não é apenas uma necessidade ambiental, mas também uma oportunidade econômica. Precisamos preparar nossa força de trabalho para esses novos postos, garantindo que tenhamos as habilidades necessárias para um futuro sustentável.”
Pesquisa realizada pela Dynata, no Brasil, aponta que os futuros empregados no país valorizarão as práticas ambientais, sociais e de governança de um potencial empregador quase tanto ou mais do que as comodidades não salariais. Por exemplo, uma publicação hipotética de uma empresa com uma certificação oficial Great Place to Work suscitou cerca de 80% mais interesses do que uma que indicasse a flexibilidade para trabalhar em casa.
Segundo o relatório Green Jobs, publicado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o Brasil contava com 3,09 milhões de empregos verdes em 2018, uma diminuição em relação ao pico histórico de 3,36 milhões em 2014. Desde 2008, quando a Organização Internacional do Trabalho (OIT) iniciou seus estudos anuais sobre empregos verdes no Brasil, a economia verde cresceu 17%. Setores como Telecomunicações e Teleatendimento, Manutenção, Recuperação e Reparação, e Saneamento e Gestão de Resíduos foram os que mais cresceram.
“Precisamos entender que quase toda ocupação pode se transformar em um emprego verde, desde que contribua, direta ou indiretamente, para a preservação do meio ambiente e um mundo mais sustentável,” observa Luana. Ela também enfatiza a necessidade de adaptação regional: “Enquanto Estados como SP, RJ e MG concentram mais de 50% dos empregos verdes do Brasil, apenas 4% estão na região Norte, mostrando a importância de políticas públicas que incentivem o crescimento verde de maneira mais equilibrada.”
O UNEP aponta que a transição para uma economia mais sustentável afetará o emprego de diversas formas: criação de novos empregos, substituição de antigos por novos em setores renováveis, eliminação de certos postos sem substituição direta, e transformação de ocupações existentes à medida que se tornam mais verdes. Este cenário exige uma adaptação contínua e o desenvolvimento de novas habilidades para garantir que a força de trabalho esteja preparada para essas mudanças.
O Ideias
O Ideias é uma entidade privada, fundada em 29 de maio de 2001. Com sede no Espírito Santo, atua em todo país, nas áreas social, econômica e ambiental, buscando o desenvolvimento sustentável e auxiliando as empresas a elevar os seus padrões Ambientais, Sociais e de Governança, promovendo dessa forma as suas jornadas ESG.
O Grupo trabalha na promoção de negócios relacionados ao meio ambiente, na gestão e no gerenciamento adequado de resíduos sólidos, em projetos de eficiência energética e na promoção das energias renováveis. Além disso, atua na comunicação social com famílias afetadas por grandes empreendimentos, gestão de stakeholders, realocação de comunidades em processos de desapropriações, na promoção da restauração de meios de subsistência de famílias vulneráveis, em processos sociais de reintegração de posse, entre outras.