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Manguezais podem ajudar Brasil a reduzir emissão de carbono, aponta pesquisa

Bióloga da Prefeitura de Vitória fala da importância do manguezal na Capital capixaba | Vídeo: YouTube

O aumento da proteção dos manguezais do Brasil pode ajudar o país a cumprir as metas de redução de emissões de carbono. É o que revela uma nova pesquisa da National Geographic e da Expedição Perpetual Planet Amazônia da Rolex publicada na revista científica Nature Communications.  Intitulado “A inclusão dos manguezais da Amazônia” no programa REDD+ do Brasil, o estudo tem a participação do professor do Departamento de Oceanografia da Ufes e explorador da National Geographic Angelo Bernardino.

A pesquisa sugere que os manguezais do Brasil possuem um potencial inexplorado de mitigação climática, sequestrando cerca de 468,3 toneladas de carbono por hectare – uma capacidade aproximadamente três a 20 vezes maior que a dos biomas de terras altas brasileiros.

O estudo propõe que é essencial que os manguezais do Brasil sejam incluídos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do país como parte do Acordo de Paris. E que possam ser posteriormente utilizados no sistema voluntário de crédito de carbono para financiar a preservação de florestas por meio da iniciativa REDD+ (incentivo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – UNFCCC. A NDCs vão recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal).

Brasil detém o segundo maior manguezal do mundo

O Brasil abrange o segundo maior repositório de manguezais do mundo, mas a estratégia nacional do REDD+ no país atualmente não inclui a mitigação do desmatamento de manguezais no contexto de pagamentos baseados em resultados visando à redução de emissões no âmbito da UNFCCC.

A fim de entender melhor seu impacto potencial e defender esses ecossistemas costeiros cruciais, Bernardino e uma equipe de pesquisadores analisaram 900 amostras de solo e medições de árvores de mais de 190 lotes florestais para determinar os níveis de emissão de manguezais em áreas intocadas e desmatadas perto da foz do Rio Amazônia, incluindo Sucuriju, Araguari e Bailique, e a leste incluindo Curuçá, Maracanã e Bragança.

“As atuais metas de redução de emissões do governo brasileiro não enfatizam os benefícios climáticos dos manguezais na Amazônia”, diz Bernardino, principal autor do estudo. “As nossas descobertas sugerem que, ao mitigar a perda de apenas um hectare de manguezais, chegamos a proteger o equivalente de mais de 100 hectares de florestas secundárias de terras altas, em termos de emissões de carbono evitadas. Interromper o desmatamento de manguezais no bioma da Amazônia brasileira evitaria emissões equivalentes àquelas emitidas por mais de 200 mil carros movidos a gasolina todos os anos. Temos uma oportunidade única de abordar essa lacuna para aprimorar os esforços de conservação do Brasil no bioma Amazônia”, destaca o professor.

Texto: Assessoria de Imprensa da Ufes, com informações da National Geographic.