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Marcos do Val confessa ao Estadão que recebeu R$ 50 milhões por “gratidão” por apoiar candidatura de Pacheco

Esse cidadão, Marcos do Val, é senador eleito pelo Espírito Santo e tem se destacado por fazer lobby da indústria armamentista e de se envolver em projetos que tenta expandir o uso de armas pelas ruas brasileiras | Foto: Reprodução/Facebook

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o senador eleito pelo Espírito Santo e com poucas atuações em favor da população capixaba neste um ano em meio de primeiro mandato, Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou ter recebido R$ 50 milhões em emendas de relator no orçamento, o chamado “orçamento secreto”, apenas para apoiar a eleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado em 2021. As emendas parlamentares são provenientes do Orçamento e repassadas a deputados e senadores para que eles façam seu marketing político junto as bases eleitorais através de destinação de recursos para obras, projetos e ações, nas áreas de educação e saúde, no Estado e nos municípios onde tem base eleitoral.

Segundo a revelação feita por Marcos do Va em entrevista grava ao jornalista Daniel Weterman, do Estadão, ele disse com todas as letras de que foi informado de que receberia os R$ 50 milhões do orçamento secreto por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), como uma forma de “gratidão” por ter apoiado a eleição de Pacheco para a direção do Senado.

“O critério que ele colocou para mim foi o critério de eu ter apoiado ele enquanto outros não apoiavam (…) Eu achei até muito para eu encaminhar para o Estado, mas como questão de saúde, eu não vou negar”, afirmou categoricamente o senador que tem se destaco por fazer publicidade da indústria armamentista e de fazer projetos de ampliação de pessoas armadas pelas ruas brasileiras.

Ouça a íntegra da entrevista que Marcos do Val concedeu ao jornalista Daniel Weteman, do jornal O Estado de São Paulo | Crédito do áudio: O Estado de São Paulo

Não existe o critério “gratidão” na legislação brasileira

O critério de “gratidão” para recebimento de recursos públicos, por causa de apoio político, não consta da legislação brasileira e políticos mais experientes garantem que essa afirmação. É enquadrado como “compra de voto”. Na legislação em vigor não existe o termo “gratidão”, mas o estabelecimento de que a distribuição de dinheiro proveniente da arrecadação tributária deve ser impessoal e igualitária.

Segundo a reportagem do jornal O Estado de São Paulo, Marcos do Val desconversou quando foi perguntado se seu voto foi comprado com a emenda. “Olha, assim, no critério que ele tinha colocado, eu acho que eu ia receber… Era assim: a minha parte seria de 10, 15, 20, alguma coisa assim, entendeu? Então como ele me colocou, me deu essa gratidão, como você falou, eu recebi, e aí pode ser que eu esteja enganado, vocês que levantam tudo, eu acho que eu recebi o mesmo que os líderes”, afirmou.