Um exemplo é dado pela ONG Sou da Paz, onde apenas num bairro criado recentemente na Grande Terra Vermelha, Vale da Conquista, há mais de 300 famílias sem o que ter para comer
A existência de milhares de capixabas na miséria absoluta e com fome é uma realidade presente no Espírito Santo. Apenas em uma comunidade que surgiu recentemente através de invasão, o Bairro Vale da Conquista, na região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha (ES), há mais de 300 famílias nessa situação. Dentro das residências, onde boa parte é construída com restos de caixotes e de placas de madeira encontradas no lixo, o chão é de terra e o telhado, com telhas doadas, é incompleto e chove dentro, não há comida suficiente para as famílias sobreviver.
Esse é o caso específico da Dona Vanuza, que mora com nove filhos, com idades entre três e 10 anos, inclusive com várias dessas crianças precisando de cuidados médicos e até de psiquiatras. Mas, não há a presença do poder público, como ausência de atendimento médico e principalmente de serem reconhecidos como cidadãos. Os auxílios governamentais não chegam. Não há a facilidade do que é comum na casa de muitos brasileiros, como a internet e, principalmente, da educação pública. O dia começa e termina com a expectativa de conseguir alguma coisa para comer.
ONG Sou da Paz
O fundador e um dos dirigentes da ONG Sou da Paz, o radialista Detamar Coutinho, o Marzinho Locutor, acompanhado da pastora evangélica Sandra, mostraram que a atual realidade brasileira da fome está presente no Espírito Santo e, mais precisamente em Vila Velha (ES), município da Região Metropolitana de Vitória (ES). Somente na Região Cinco desse município, na Grande Terra Vermelha, está o recente bairro Vale da Conquista. São mais de 300 famílias em extrema pobreza e com fome, dizem Marzinho e a pastora Sandra.
Na porta de sua casa comparecem diariamente dezenas dessas pessoas em busca de verduras, que eles obtêm junto as comerciantes de produtos agrícolas. Com poucos recursos, a dupla decidiu apostar em pedir doações de gêneros alimentícios não perecíveis, de roupas e de utensílios domésticos e até de telhas. Para exemplificar como está a miséria que vem assolando o Brasil nos últimos anos, ele esteve na casa de dona Vanuza e apresentou os seus nove filhos, com autorização dela para que as imagens fossem reproduzidas, com o intuito de mostrar para a sociedade que ainda tem comida em casa, o que é passar fome e, com isso, obter ajuda.
Como ajudar
O portal Grafitti News esteve nesse último final de semana na região da Grande Vermelha, onde constatou a dificuldade para viver de milhares de capixabas famintos. Os integrantes da ONG, ainda em formação, pediram para que seus contatos fossem divulgados, afim de as pessoas participaram através da doação de alimentos (não perecíveis), de roupas e de utensílios de cozinha, entre outros objetos que estão guardados e não fazem falta. Os telefones de contato são: (27) 99784-3681 e (27) 99530-7455.
Segundo o IBGE, que divulgou recentemente uma estatística referente ao ano passado, no Espírito Santo são 154 mil pessoas em situação de extrema pobreza, sendo que 3,8% da população capixaba se encontra em vulnerabilidade extrema. Pouco movimento se vê das autoridades para amenizar a fome no Espírito Santo e no Brasil.