Assista como foi o Grito dos Excluídos na capital capixaba neste 7 de setembro de 2021. O vídeo se encontra nesta matéria
Milhares de participantes integraram a 27ª edição do Grito dos Excluídos no Centro Histórico de Vitória (ES) na manhã desta terça-feira (7). A concentração se iniciou às 8h30 na Praça Getúlio Vargas, próximo às Lojas Americanas, no Centro Histórico de Vitória (ES). Participaram diversos movimentos sociais, partidos políticos, professores, carteiros, membros de movimentos pela moradia, trabalhadores rurais sem-terra, membros de comunidades católicas, cidadãos em geral, aposentados da Prefeitura de Vitória que estão tendo parte de suas aposentadorias “surrupiada” pelo prefeito bolsonarista Lorenzo Pazollini (Republicanos), centrais sindicais, trabalhadores portuários, a torcida antifascista da Desportiva e banda de congo O evento, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), teve o apoio da Arquidiocese de Vitória e, tradicionalmente, é realizado desde 1995 no Dia da 7 de setembro.
Veja como foi a 27ª edição deste ano:
“Estamos trazendo os gritos dos diversos grupos sociais que nos últimos anos estão sendo afastados das políticas públicas. As questões dos negros, da população LGBTQI+, dos quilombolas, dos indígenas, das mulheres que são assassinadas todos os dias, do povo sem emprego e das mães que não tem alimento para os seus filhos”, resumiu o coordenador do Grito dos Excluídos em Vitória, Giovani Lívio. A organização está por conta do Vicariato para a Ação Social, mas a convocação é do Fórum Igrejas e Sociedade, composto por diversas denominações religiosas, dezenas de movimentos populares, sociais e sindicais. O mote da mobilização deste ano é: “Vida em primeiro lugar — na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”.
Muitos participantes ostentavam cruzes com nome de familiares mortos durante a pandemia do Covid-19, como forma de apresentar o descaso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com a vida humana, ao ter relutado em mandar comprar vacina. Muitas faixas denunciavam o desmonte do Brasil pelo desgoverno Bolsonaro. Em respeito ao distanciamento social a passeata foi formada em três filas, com uso de máscaras e de álcool gel. Foi feita ampla distribuição de água mineral para os participantes.
Ato de desagravo
Da Praça Getúlio Vargas, no Centro de Vitória, os manifestantes foram com cantos e reflexões pela Avenida Beira Mar até a Câmara Municipal de Vitória, em Bento Ferreira, onde foi feito um desagravo a um dos maiores articuladores das edições anteriores do Grito dos Excluídos, Lula Rocha, que teve a sua memória ofendida pelo vereador bolsonarista Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da Federal, do partido nazi-fascista Patriota. Esse vereador não é capixaba e muito menos cidadão de Vitória, mas um carioca que foi eleito se auto declarando como bolsonarista-raiz.
Também houve a distribuição de 500 quilos de feijão às famílias carentes do bairro Jesus de Nazareth pelo Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo, que usou o slogam “O alimento é a melhor arma para matar a fome”. No ano passado, devido à pandemia do Covid-19, houve apenas uma edição virtual do Grito dos Excluídos. A manifestação foi toda realizada dentro do respeito ao próximo, com ordem e muita organização, cumprindo com o seu objetivo de abrir os caminhos para os excluídos da sociedade, denunciar as exclusões sociais e sugerir caminhos alternativos.
Maior evento neste 7 de setembro no ES
O Grito dos Excluídos foi o único e maior evento realizado neste 7 de setembro de 2021 no Espírito Santo, já que o governador Renato Casagrande (PSB) cancelou a tradicional desfile do Dia da Independência no Estado. Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa do governador, houve um evento restrito, sem participação popular, dentro dos muros do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, em Vila Velha (ES). A solenidade distante da população contou com a presença de bolsonaristas-raiz, como o senador Marcos do Val (Podemos), além dos prefeitos Euclério Sampaio (Cariacica) e Arnaldo Borgo (Vila Velha). O evento restrito que Casagrande participou não teve a presença de políticos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Leia a nota do Governo Renato Casagrande: “O Governo do Estado realizou na manhã desta terça-feira (7) o evento de Independência, em solenidade restrita no 38º Batalhão de Infantaria do Exército, em Vila Velha. Em decorrência da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), a festividade não contou com a presença do público”. A nota contradiz a abertura irrestrita que o governador promoveu, inclusive com permissão de aglomeração em local fechado para até 600 pessoas. No início desta tarde de terça-feira (7) um grupo de baderneiros bolsonaristas saiu de Vila Velha com destino à Praça do Papa, vestindo a camiseta da CBF. A Rodosol, a empresa de grupos empresariais locais que explora a cobrança do pedágio, interrompeu o trânsito na Terceira Ponte para colaborar com os bolsonaristas.