O evento a ser realizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública é debater apreensões, uso e controle da substância no País
“Fentanyl: caracterização e a presença no Brasil”, é o tema do debate promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), em parceria com o Comitê Técnico do Subsistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR). Nessa oportunidade vai ser lançado o 4º Informe do SAR, com o tema “Fentanyl: caracterização e a presença no Brasil”.
O objetivo do evento é discutir os principais achados do informe e o controle do fentanil no Brasil, abordando dados de apreensões, riscos à saúde decorrentes de seu uso e casos de intoxicação pela substância no país, bem como recomendações para a atuação de profissionais de saúde e da segurança pública frente ao uso não médico da substância.
O encontro visa também destacar a atuação do Comitê Técnico do SAR, que tem como finalidade monitorar e alertar os estados para uma ação conjunta sobre a entrada de novas drogas no país. O evento será aberto pela secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, Marta Machado, e terá a participação de especialistas da Anvisa, Polícia Federal, da Unicamp e do Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE), projeto fruto de parceria entre Senad, UNODC e PNUD.
Primeira apreensão de Fentamil foi no ES
Foi no último mês de fevereiro que foi feita a primeira apreensão de frascos de Fentanyl no Brasil, um opioide sintético 100 vezes mais forte do que a morfina. A substância é, atualmente, a droga que mais causa mortes por overdose nos Estados Unidos. A apreensão foi realizada pela Polícia Civil do Espírito Santo, por meio do Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc).
A droga estava armazenada em uma casa na zona rural de Cariacica (ES), próxima à Reserva Biológica de Duas Bocas, na Região Metropolitana de Vitória. A Polícia capixaba apreendeu 31 frascos de fentanil, 136 quilos de maconha, 13 quilos de mistura para cocaína, 2.500 pinos de cocaína cheios, além de milhares de pinos vazios durante a ação.
O Fentanil é um opioide sintético até 50 vezes mais forte que a heroína e 100 vezes mais forte que a morfina, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. A droga se tornou a principal causa de morte entre os norte-americanos, de acordo com dados do CDC.
Esse órgão americano informa, em sua página oficial, que “o Fentanyl e os seus análogos são membros da classe de medicamentos conhecidos como opióides sintéticos de ação rápida, utilizados para reduzir a dor. Os análogos do Fentanyl incluem acetilfentanyl, butirilfentanyl, carfentanyl, alfentanyl, sufentanyl e remifentanyl. O Fentanyl atua rapidamente para deprimir o sistema nervoso central e a função respiratória. A exposição ao Fentanyl pode ser fatal.”
O órgão do governo americano acrescenta que essa substância é um medicamento destinado, normalmente, ao tratamento de doentes com dores fortes ou ao controle da dor após uma cirurgia. Os médicos também podem utilizá-las para tratar doentes com dores crónicas que sejam fisicamente tolerantes a outros opiássemos. No entanto, os médicos devem seguir as normas dos órgãos governamentais, nesse caso dos Estados Unidos, para a prescrição. “A utilização destas diretrizes pode reduzir os riscos de utilização insegura ou de dependência”, conclui.