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Ministro da Educação do governo Bolsonaro diz que universidade deveria ser útil para “poucos”

Ministro da Educação do governo Bolsonaro defende “universidades para poucos” | Foto: Reprodução/TV Brasil

No entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, o ministro da Educação do governo Bolsonaro, o pastor da Igreja Evangélica Presbiteriana de Santos Milton Ribeiro, após afirmar que reitores das universidades federais não podem ser “esquerdistas nem lulistas” e ainda fez uma afirmação estarrecedora da era bolsonarista: “As universidades deveria ser para poucos”. O evangélico não detalhou qual seria a elite privilegiada a usufruir do ensino superior.

Milton Ribeiro foi confortavelmente entrevistado no programa da entrevista conduzido pela jornalista Marina Machado e  dois debatedores bolsonaristas, o jornalista Marcello D’Angelo, do canal AgroMai, e o professor Ricardo Calda, que foi contratado pela estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Na conversa com transmitida pela TV Brasil o ministro de Bolsonaro ainda afirmou que se “preocupa com a conectividade” e que vai priorizar escolas sem água encanada, esgoto tratado e energia elétrica.

Assista o momento em que Milton Ribeiro defende que “universidades devem ser para poucos” | Vídeo/TV Brasil

“Alguns optaram por visões de mundo socialistas. Não precisa ser bolsonarista. Mas não pode ser esquerdista, nem lulista. Reitor tem que cuidar da educação e ponto final. E respeitar todos que pensam diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político, nem direita, muito menos de esquerda”, disse o ministro na entrevista.

Universidades para “poucos”

O ministro Milton Ribeiro ainda defendeu a educação técnica e afirmou que os institutos federais, com cursos profissionalizantes de nível técnico, serão as “grandes vedetes do futuro”. “A universidade, na verdade, deveria ser para poucos nesse sentido de ser útil à sociedade. Tem muito engenheiro dirigindo Uber.”

Ainda na mesma entrevista, Ribeiro declarou que sua prioridade será escolas sem água encanada, esgoto tratado e energia elétrica antes de resolver a falta da conectividade. “Tenho 3.440 escolas públicas sem água, 8.527 sem saneamento, 3.817 sem energia elétrica. Isso não quer dizer que vou virar as costas para a conectividade. Mas tenho que ter prioridades e essas são as minhas. O aluno da grande cidade tem condição bem melhor do que as 54 mil escolas rurais que tenho no Brasil. Além disso, nosso sinal de internet é muito rústico. Imagine o povo no meio rural. Vai por o tablet de enfeite na prateleira. Não vão ter o que fazer”, afirmou.

O Brasil tem cerca de 138 mil escolas públicas. Ribeiro declarou entende que o Enem é muito democrático porque mais de 50% dos inscritos são gratuitas, segundo a mídia. “O Enem é uma prova caríssima. Não é para todo mundo. Não dá. O Enem é uma prova caríssima. Queremos que ela seja uma prova bem feita. Mas tem muita gente que pela gratuidade nem comparece. E então a gente gasta com impressão, correção que já contratei, local de prova. Dinheiro público desperdiçado. Esses tiveram que pagar.”