Mesmo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tendo nenhuma formação acadêmica ou até mesmo um curso de nível técnico, além do aprendizado de artilharia e de paraquedismo que obteve na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), é ele quem dá as diretrizes do que deve ser feito ou não na educação brasileira, do ensino básico às pós graduações e mestrados. Quem revelou que “a política do Ministério da Educação deve vir e tem que vir em consonância com a visão educacional, do projeto, do senhor presidente da República”, é do pastor-ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro.
A revelação foi obtida pelo portal UOL, que constatou que a submissão total do pastor-ministro, na área educacional, a Bolsonaro, foi declarada durante uma reunião com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, e os servidores da autarquia. O encontro ocorreu no último dia 22. É com ele que eu troco ideias quando quero fazer uma mudança”, prosseguiu Ribeiro. “Em nenhum momento ele ficou sem saber sobre datas ou procedimento nesses nove meses”, completou.
Nomeações ideológicas
O Inep vem sofrendo severas retaliações porque Bolsonaro não entende que a importância cientifica do órgão e quer impor um controle ideológico de extrema direita. O Inep é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC). Sua missão é subsidiar a formulação de políticas educacionais dos diferentes níveis de governo com intuito de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país.
Dupas é o quarto dirigente do Inep e ocupou o posto no final de março. No inicio da última semana os servidores do Inep publicarem uma carta em que falam dos riscos que a autarquia sofre com as nomeações ideológicas e trocas no comando. “Por isso, peço que o senhor (Dupas) tenha sempre a sensibilidade de fazer o que é certo. Quando tiver os dois caminhos, escolha o mais próximo possível da visão que nós temos a respeito da gestão pública, […] bem próxima da visão do presidente da República e da visão do ministro que ele colocou”, disse o pastor nomeado ministro da Educação por Bolsonaro.
O ministro ainda advertiu ao novo dirigente do órgão: “Quero que vocês sintam que fazem parte de uma equipe que está ajudando a mudar o Brasil. De acordo com o trabalho, talento e expertise que vocês realizam, é que nós, lá do gabinete do ministro, vamos eleger o caminho que vamos andar, mas baseados em evidências coletadas pelos senhores de maneira muito direta”. A “dica” se refere às críticas dos funcionários efetivos do Inep, que disseram que a contratação de pessoas de fora do Inep estão dando orientações de como fazer a avaliação par a alfabetização das crianças brasileiras.