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Morre aos 80 anos o cineasta Orlando Bomfim Netto e governador decreta 3 dias de luto oficial

O cineasta Orlando Bomfim Netto eternizou a cultura capixaba em filmes | Foto: Redes sociais

Morreu aos 80 anos o roteirista, diretor, diretor de produção, fotógrafo e cineasta, Orlando Bomfim Netto, vítima de pneumonia. Nascido em Belo Horizonte, onde o seu pai, o jornalista e advogado capixaba Orlando Bomfim atuava na redação do jornal O Estado de Minas, o cineasta tiinha fortes ligações com o Espírito Santo. A sua avó paterna morava na Rua Graciano Neves no Centro de Vitória. O governador Renato Casagrande (PSB) lamentou a morte de Orlando Netto e decretou três dias de luto oficial no Estado.

O cineasta fixou residência no Espírito Santo no início da década de 1980, anos após o seu pai ter sido torturado e assassinado pelo Exército Brasileiro por ter sido militante de esquerda. O corpo de seu pai não foi encontrado e as informações que a sua família teve é que os militares, em plena ditadura militar, o levaram vivo de helicóptero, com uma pedra amarrada à perna, jogando-o no mar. Na Praça Costa Pereira há um memorial dos desaparecidos políticos, onde está a citação de pai. Entre 1975 e 2014 o cineasta dirigiu mais de uma dezena de filmes, entre logos e curta metragens.

O governador Casagrande lamentou a morte do cineasta nas redes sociais, onde anunciou três dias de luto no Estado | Twitter

Obras conhecidas

Entre as suas obras cinematográficas mais conhecidas está “Tutti, Tutti, Buona Gente, propriamente buona”, onde fala da importância da imigração italiana no Espírito Santo. Outros dois curtas que trouxeram fama à sua carreira foram “Augusto Ruschi Guainunb” e “Itaúnas: Desastre Ecológico”. Orlando Netto registrou a cultura do Estado em diversos curtas metragens, que acabaram contribuindo para fazer parte do patrimônio cultural do Espírito Santo.

Na década de 1980 ele foi o primeiro secretário de Estado de Cultura, na ocasião em que o extinto Departamento Estadual de Cultura (DEC) se transformou em uma Secretaria de Estado. Em seguida, o cineasta presidiu a TV Educativa estadual. Logo no inicio da década de 2000 ele estimulou a criação da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta Metragistas do Espírito Santo, quando se tornou o primeiro presidente da nova entidade.

A família no Rio de Janeiro ainda não tem detalhes quanto ao sepultamento. Foi informado que Orlando Netto estava precisando de cuidados especiais e que neste último domingo (18) teve uma piora no quadro clínico, quando foi levado para um hospital. Mas, não resistiu e veio a óbito na manhã desta segunda-feira.

Filmografia:

1) Curta “Status 69” (16mm, 1969, p&b, 2 minutos)

2) Curta “Territórios”  (Duração: 59 minutos)

3) Tutti Tutti Buona Gente, Propriamente Buona (35mm, 1975, cor, 26 minutos)

4) O Bondinho de Santa Tereza (16mm, 1977, cor, 28 minutos)

5) Cultura Popular (Duração: 61 minutos)

6) Canto para a Liberdade – A Festa do Ticumbi (35mm, 1978, cor, 20 minutos)

7) Mestre Pedro de Aurora, pra ficar menos custoso (35mm, 1978, cor, 11 minutos)

8) Dos Reis Magos dos Tupiniquins (35mm, 1985, cor, 10 minutos)

9) Casaca (Digital, 2013, cor, 20 minutos)

10) Memória (Duração: 62 minutos)

11)Linhas Paralelas (35mm, 2010, cor, 13 minutos)

12) A História Oculta (Digital, 2014, cor, 30 minutos)

13) Da Terra para a História (Duração: 47 minutos)

14) Augusto Ruschi Guainunbi (35mm, 1975-1979, cor, 12 minutos)

15) Itaúnas: Desastre Ecológico (35mm, 1979, cor, 9 minutos)

16) Receita Artesanal (16mm, 1988, cor, 15 minutos)

17) Dos Reis Magos dos Tupiniquins (35mm, 1985, cor, 10 minutos)

18) Memória (Duração: 62 minutos)

19) Territórios (Duração: 58 minutos)

20) Cultura Popular (Duração: 60 minutos)