Na manhã desta sexta-feira (09/4), a própria família real britânica anunciou a morte do príncipe Philip. o duque de Edimburgo e marido da rainha Elizabeth II. O anúncio foi feito nas redes sociais, com a informação: “É com imensa tristeza que Sua Majestade, a rainha, anuncia a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, príncipe Philip, Duque de Edimburgo”.De acordo com a nota, o marido da rainha faleceu esta manhã no castelo de Windsor, mas a causa da morte ainda não foi divulgada.
O príncipe era grego e faria 100 anos neste ano. A data do nascimento é controversa, porque quando nasceu a Grécia, seu país natal, ainda não havia aderido ao calendário gregoriano, em vigor no mundo e ainda utilizava o velho calendário juliano. Por isso o príncipe Philip, nasceu na ilha de Corfu, na em 28 de maio de 1921, mas a sua certidão, registrada pelo calendário gregoriano, consta que o nascimento ocorreu em 10 de junho de 1921.
No mês passado o príncipe Philip deixou o hospital King Edward VII de Londres após ter ficado um mês internado, a princípio por uma infecção e depois por uma cirurgia cardíaca. Seu pai era o príncipe Andrew, da Grécia e da Dinamarca, filho mais jovem do rei grego George 1º. Sua mãe, a princesa Alice de Battenberg, era filha do príncipe Louis de Battenberg (que mais tarde se tornou Sir Louis Mountbatten) e bisneta da rainha Victoria da Inglaterra.
Segundo os relatos da coroa britânica, após um golpe de Estado em 1922, o pai de Philip foi banido da Grécia por uma corte revolucionária. Um navio de guerra britânico enviado por seu primo de segundo grau, rei George 5º, levou a família à França. Ainda bebê, Philip passou grande parte da viagem em um berço improvisado, feito em uma caixa de laranja. Da França a família se mudou para a Escócia.
Como conheceu Elizabeth
Com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, Philip decidiu seguir a carreira militar. Sua vontade era entrar para a Força Aérea Britânica, mas a tradição de navegadores na família da mãe o fez ser cadete na Real Escola Naval da Grã-Bretanha, em Dartmouth. Lá, foi incumbido de acompanhar duas jovens princesas, Elizabeth e Margaret, enquanto o rei George 6º e a rainha Elizabeth 1ª faziam uma visita pela escola naval.
Segundo testemunhas da época ouvidas pela BBC, Philip se exibiu bastante. E o encontro marcou profundamente a então princesa Elizabeth, com 13 anos de idade. Philip rapidamente destacou-se e foi aprovado entre os melhores da classe, em janeiro de 1940. Sua primeira missão de combate foi no oceano Índico. Em outubro de 1942, ele já era um dos mais jovens primeiros-tenentes na Marinha Britânica, servindo no contratorpedeiro HMS Wallace. Nessa época, ele e a princesa Elizabeth trocavam cartas e Philip foi convidado a visitar a Família Real em diversas ocasiões.
Foto na penteadeira
No Natal de 1943, Elizabeth colocou uma foto de Philip, vestindo o uniforme da Marinha, sobre a sua penteadeira. O relacionamento deles evoluiu, ainda que enfrentasse oposição dentro de alguns círculos da corte — um crítico chegou a descrever Philip como um homem “áspero e de maus modos”. Mas a jovem princesa estava muito apaixonada e, no verão de 1946, Philip pediu ao rei a mão dela em casamento.
No entanto, antes que o noivado pudesse ser anunciado, Philip precisaria de uma nova nacionalidade e de um novo nome de família. Ele renunciou então ao título grego, tornou-se cidadão britânico e adotou o nome anglicanizado da mãe, Mountbatten. Um dia antes do casamento, o rei George 6º concedeu o título de realeza a Philip. E, na manhã da cerimônia, ele ganhou o título de Duque de Edimburgo, Conde de Merioneth e Barão de Greenwich. O casamento foi celebrado na Abadia de Westminster, em Londres, em 20 de novembro de 1947.
Filho herdeiro do trono
Seu filho, Charles, nasceu em 1948 e se tornou o príncipe herdeiro da coroa britânica. A filha, princesa Anne, chegou dois anos depois.Em 2 de setembro de 1950, Philip realizou o sonho de qualquer oficial da Marinha: ser designado para seu primeiro comando — na corveta HMS Magpie. Mas sua carreira naval estava prestes a ser interrompida. A piora da saúde do rei George 6º fez a filha começar a assumir mais tarefas reais e, para isso, precisava do marido a seu lado.
Na manhã do dia 6 de fevereiro de 1952, o Rei George VI foi encontrado morto em sua cama em Norfolk, o mesmo lugar onde nasceu. Ele faleceu precocemente, aos 56 anos de idade, vítima de uma trombose coronariana durante o sono. A notícia da morte do rei chegou quando o casal estava no Quênia. George 6º havia sofrido uma trombose coronária — um coágulo fatal no coração. Coube a Philip dar à mulher a notícia de que ela se tornara rainha.