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Movimento negro organiza protesto em frente ao Supermercado Carone de Laranjeiras

O ato será em protesto contra o espancamento de um homem negro por três seguranças brancos e pela omissão dos proprietários da rede supermercadista por terem se recusado a dar um posicionamento à imprensa. O caso ganhou repercussão nacional

Espancamento de negro no Carone de Laranjeiras | Charge: Mindu/Reprodução/Facebook/Camila-Valadão e foto divulgação do supermercado

Após ampla repercussão nacional do espancamento de um homem negro por três seguranças brancos do supermercado Carone de Laranjeiras, na Serra, o caso não tende a ficar por isso mesmo. O movimento Unidade Negra Capixaba está se organizando a dar uma resposta á rede Carone, cujo crime de espancamento ocorreu na última sexta-feira (17) e quando procurado pelo Grafitti News a empresa se recusou a se pronunciar.

Nesta noite de segunda-feira, a Unidade Negra Capixaba se reúne virtualmente em uma plenária entre seus membros para definir os encaminhamentos para o protesto a ser feito na frente da unidade do Carone de Laranjeiras, local do atentado. Os seguranças se justificam pelo crime de racismo e de espancamento com o argumento de que o jovem negro tenha furtado uma bicileta, o que é negado péla vítima.

Reveja o vídeo que ganhou repercussão nacional | Vídeo; Redes sociais

O supermercado não chamou a Polícia para interceder e permitiu que o jovem negro fosse espancado dentro de um quarto fechado e, posteriormente, dar puxões de cabelo e socos na vista dos clientes. O caso ganhou repercussão nacional, tendo sido publicado pela revista IstoÉ, portal UOL, portal Metrópole (Brasília), Folha de São Paulo, revista Fórum, além de dezenas de portais de noticias de todo o país. Apenas a grande imprensa do Espírito Santo sonegou a informação de seus leitores, por ser o supermercado Carone um grande anunciante.

Ministério Público

A Unidade Negra Capixaba ainda não bateu o martelo das demais providências que irá tomar, mas está cogitando acionar o Ministério Público do Espírito Santo (MPES). A entidade se recorda do assassinato do negro João Alberto Silveira Freitas, há pouco mais de um ano em um supermercado da rede francesa Carrefour. Ao contrário do Carone, o supermercado, inclusive a sua matriz na França, se pronunciou contra o assassinato por espancamento através de seus seguranças e desfez o contrato com a empresa de segurança.

Indignação

A vereadora de Vitória, Camila Valadão (Psol) expressou a sua indignação ao crime de espancamento praticado pelos seguranças do supermercado Carone. “Foi tão doloroso assistir o vídeo das agressões contra um homem negro dentro de um supermercado @caroneonline de Laranjeiras. Passei o dia com o estômago embrulhado. Embora saibamos que isso é cotidiano na vida de negros nesse país, a cena desperta os nossos piores sentimentos”, disse a vereadora./

“Quanta dor carrega aquele corpo preto? Como é possível ainda ter pessoas que ainda afirmam que racismo é ‘mimi’ ou um  problema de quem vê? Cretinos. Por que isso é tolerado pelas instituições brasileiras? Vale lembrar que dentro da mesma empresa um homem morreu em 2016. Quem é o herói (de verdade) que intervém de forma corajosa e interrompe o espancamento? A sua ação ainda dá espera”nça na humanidade. Algumas dessas perguntas já sabemos a resposta, né?”, questionou Camila Valadão.

A deputada estadual Iriny Lopes (PT) se pronunciou sobre o assunto e disse: “Mais um homem negro sofrendo violência dos funcionários em uma grande rede de supermercados. Até quando assistiremos cenas como esta? Como já mencionado pelo autor do vídeo, a abordagem correta mediante furto seria chamar a polícia. Não há nada que justifique essa atrocidade”.