Ainda solta, desde às 19h48 do dia 15 de abril de 2022, quando a corretora Adriana Felisberto Pereira dirigindo bêbada pela Avenida Dante Michelini, na orla da Praia de Camburi, atropelou e matou a modelo, estudante do último período de Oceanografia na Ufes e cliclista, Luisa da Silva Lopes, de 23 anos, foi preciso o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) entrar nesta semana com denúncia de crime por homicídio. Segundo a 15 ª Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, o MPES requer que a denunciada seja processada e, ao final, pronunciada para ser julgada e condenada pelo Tribunal Popular do Júri.
O MPES informa que ainda requer que seja fixado valor mínimo a ser pago por ela para reparação dos danos materiais e morais causados. Para o Ministério Público, a partir das provas coletadas, especialmente os depoimentos dos policiais militares, testemunhas, perícia e vídeos, ficou demonstrado que a motorista cometeu os crimes de homicídio duplamente qualificado (com emprego de meio que possa resultar em perigo comum e com recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido), e de dirigir com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância.
O fato ocorreu quando a motorista trafegava pela Avenida Dante Micheline, sentido Jardim Camburi, na velocidade média de 72 km/h, local em que a velocidade máxima é de 60 km/h, e atropelou a ciclista Luisa da Silva Lopes, que tinha acabado de iniciar a travessia da via na faixa de pedestres. O MPES informa na denúncia que a denunciada consumiu cervejas e vodka em bares de Jardim Camburi e da Praia do Canto. Dessa forma, para o órgão ministerial, a motorista assumiu o resultado da morte e o desprezo com a vida por ter deliberadamente consumido bebida alcoólica com remédios de uso controlado antes de conduzir o veículo.
MPES se diz contra a prisão preventiva da motorista
O órgão ministerial também se manifestou pelo indeferimento da representação pela prisão preventiva da denunciada. O Ministério Público sustenta que a denunciada tem residência e emprego fixos, não tem antecedentes criminais, é mãe de criança que depende de seus cuidados e apoio financeiro, além de não haver evidência de que esteja descumprindo as medidas cautelares já fixadas na audiência de custódia em que a liberdade provisória já havia sido concedida, de que tenha coagido testemunhas nem que tenha condições ou interesse de fugir.
Contudo, o MPES requer à Justiça que sejam confirmadas as medidas cautelares já fixadas na audiência de custódia e impostas à denunciada as medidas cautelares de suspensão da habilitação e proibição do direito de dirigir veículo, com o recolhimento da CNH original da motorista em cartório e a expedição de ofício ao Detran/ES, para cumprimento da medida.
Ufes homenageou a ex-estudante nesta semana
Nesta última quarta-feira (14) a Ufes inaugurou o Módulo III da Pós-Graduação, no campus de Goiabeiras, em Vitória (ES) e homenageou a ex-estudante dando o nome de Luisa da Silva Lopes ao novo prédio. Na ocasião, estavam presentes o reitor da Universidade, Paulo Vargas; o vice-reitor, Roney Pignaton; a diretora do Centro, Edinete Rosa; a vice-diretora, Grace da Paixão; e familiares da estudante Luisa Lopes. Segundo a Ufes, a homenagem celebra a vida da ex-aluna do curso de Oceanografia, morta no dia 15 de abril deste ano.
O novo prédio tem três andares, 48 salas e conta com elevador e banheiros acessíveis. Enquanto as salas de aula serão utilizadas pelos programas de pós-graduação, as salas de reunião e a área da biblioteca estão destinadas a toda a comunidade do Centro de Ciências Humanas e Naturais da Ufes (CCHN). “A inauguração do prédio afetará diretamente a qualidade das pesquisas desenvolvidas nos programas de pós-graduação do Centro”, afirma a diretora Edinete Rosa.