O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Espírito Santo (MST está cobrando das autoridades policiais capixabas uma apuração aprofundada da suspeita de assassinato do jovem Gabriel de Souza Araújo, 21 anos, encontrado morto neste último domingo (16) no Rio Cricaré com marcas de pancada na cabeça. De acordo com o MST a suspeição é que Gabriel Araújo, que foi acampado no Acampamento Ondina Dias, município de Nova Venécia (ES) tenha sido vítima de mais um caso de homofobia por ser gay assumido
O corpo de Gabriel foi visto boiando no rio por uma testemunha, que visualizou o cadáver do quintal de sua casa, próximo à Curva do Cortume, na Rodovia Miguel Curry, na saída de Nova Venécia para São Mateus. Com ajuda de vizinhos, a testemunha utilizou um bote para trazer o cadáver até às margens do Rio Cricaré e acionar a Polícia Civil. Ao chegar, os policiais isolaram a área e os peritos imediatamente identificaram que a causa não foi um afogamento, mas sim sinais de violência e uma forte pancada na cabeça.
Junto com o corpo de Gabriel de Souza Araújo, os policiais encontraram um celular de marca Xiaomi e R$ 17,00 reais em espécie. Em seguida, o corpo foi encaminhado para o Serviço Médico Legal da região. O jovem com suspeita de ter sido assassinado por homofobia cursou “Formação de Formadores em Agroecologia”, do MST, e de acordo com o movimento nutria um projeto pessoal de instalar um banco de sementes crioulas para dar a sua contribuição para ampliar a produção de alimentos. Ele tinha posições definidas contra o racismo, machismo e a LGBTIfobia.
Nota MST/ES – Justiça por Gabriel Araújo: Nenhum minuto de Silêncio!
É com muita tristeza e indignação que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Espirito Santo MST/ES, denuncia a suspeita de assassinato de Gabriel de Souza Araújo, que foi acampado no Acampamento Ondina Dias, Município de Nova Venécia – ES. Seu corpo foi encontrado boiando no Rio Cricaré no dia de ontem (16/01), em Nova Venécia, apresentando sinais de violência, uma pancada na cabeça, apontando indícios que ele é mais uma vítima de crime de ódio, LGBTfobia, por ser gay assumido.
Gabriel, tinha 21 anos era um jovem prestativo, solidário e estudioso e tinha o sonho de fazer a graduação em biologia. Durante o período que esteve acampado, contribuiu na organização da juventude, sendo um dos organizadores de uma biblioteca para proporcionar que os acampados e acampadas tivessem acesso ao conhecimento. Foi educando da 2º Turma do Curso de Formação de Formadores em Agroecologia organizado pelo MST. Muito estudioso, trazendo reflexões a partir das leituras e da sua realidade. Tinha planos de construir com os companheiros e companheiras um banco de sementes crioulas na região e a partir disso, contribuir para o resgate de saberes ancestrais relacionados a produção de alimentos no campo.
Ele tinha a voz e a atuação potente, que aglutinava ideias e anseios de um país com Reforma Agrária, Justiça Social, onde pudesse viver e amar sem medo. Trazia em seu corpo negro a afirmação da luta contra o racismo, machismo e a LGBTIfobia.
Neste momento de dor o MST/ES, estende a solidariedade à família, amigos e exige que os órgãos competentes realizem as investigações e puna os culpados por este crime de ódio. Gabriel segue presente na juventude e na luta do povo Sem Terra. Por Gabriel e contra a LGBTIfobia: nenhum minuto de silêncio.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Espírito Santo.— em Nova Venécia – ES.