As pontas de cigarro, comumente conhecidas no Brasil como guimba ou bituca, levaram Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,(Pnuma) a lançar nestas semana uma parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para aumentar a conscientização e impulsionar ações sobre os impactos ambientais e na saúde humana de microplásticos. De acordo com dados da OMS e do Pnuma, as pontas do cigarro são o lixo mais descartado em todo o mundo. Anualmente, somam cerca de 766,6 milhões de quilos de dejetos tóxicos.
As duas entidades internacionais destacaram que todos os anos, a indústria do tabaco produz seis trilhões de cigarros que são consumidos por um bilhão de fumantes no mundo. Seus filtros são compostos principalmente por microplásticos, conhecidos como fibras de acetato de celulose. “Quando descartadas de forma inadequada, as pontas são decompostas por fatores como luz solar e umidade e liberam microplásticos, metais pesados e muitos outros produtos químicos, impactando a saúde e os serviços dos ecossistemas”, dizem as entidades.
Mudanças genéticas
Por serem um dos lixos mais comuns nas praias, os ecossistemas marinhos ficam mais suscetíveis a esses materiais. Quando ingeridos, os produtos químicos presentes nos microplásticos podem matar pássaros, peixes, mamíferos, plantas e répteis, alertam. Na saúde humana, os microplásticos entram na cadeia alimentar e estão associados a mudanças genéticas, desenvolvimento cerebral e níveis de respiração.
De acordo com a chefe de promoção do Pnuma, Atif Butt, a OMS tem o conhecimento técnico do impacto dos produtos do tabaco não apenas sobre saúde humana, mas também sobre o meio ambiente. Ela explica que por meio de parcerias, as agências pretendem destacar como a saúde está diretamente ligada ao bem-estar do planeta.
A chefe da Secretaria para Controle de Tabaco da OMS, Adriana Blanco Marquizo, também reforçou o empenho da entidade em aumentar a conscientização sobre a questão dos plásticos ocultos nos cigarros Ela adicionou que fará o possível para garantir que os mares e oceanos, assim como sua fauna, sejam protegidos para as gerações futuras.