Apesar de as festas juninas terem perdido a força no Espírito Santo, no decorrer dos últimos anos, ainda há celebrações aos santos São João e São Pedro em algumas localidades. Em bairros da região metropolitana de Vitória, há grupos de moradores que se reúnem e celebram a data festiva de junho. A data que lembra São Pedro, 13 de junho, já passou. Agora é a comemoração de São João, que é celebrada nessa segunda-feira (24), mas comemorada neste domingo (23) e de São Pedro no próximo sábado (29).
No Calendário de Eventos 2024, da Secretaria de Estado do Turismo (Setur) há uma lista de eventos oficiais em pelo menos seis dos 78 municípios do Espírito Santo. A retração das festas juninas acaba tirando um atrativo, que poderia captar turistas e com isso gerar renda e emprego.
No Nordeste, tanto as prefeituras quanto os Governos estaduais investem nas festas juninas, o que vira atrativo turístico nacional. Esse é o caso das maiores festividades juninas nordestinas, como a de Campina Grande (PB), Caruaru (PE), Aracaju (SE), Teresina (PI), Capela (SE), Salvador (BA). O Espírito Santo perdeu a grandeza nessa festividade.
Origem das festas juninas
Segundo um estudo da USP, intitulado Festas juninas: origem e celebração, as festas juninas brasileiras têm suas origens em uma combinação de tradições europeias e indígenas. Elas são celebradas principalmente no mês de junho e são uma das festividades mais populares e tradicionais do país.
Historiadores apontam que a origem europeia de tais festas está relacionada a festividades pagãs de mudança de estação: da primavera para o verão, com a intenção de afastar maus espíritos durante a época da colheita. Após a consolidação do catolicismo como principal religião europeia, esta festa foi incorporada ao calendário católico, o que explica a relação de nossas festas com os santos: Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).
Acredita-se que as festas juninas tenham sido trazidas ao Brasil pelos colonizadores portugueses durante o período colonial. Os portugueses celebram o mês de junho em honra a esses três santos e estas festas são marcadas por procissões, missas, danças e comemorações populares. Ao longo do tempo, porém, as festas juninas no Brasil foram também influenciadas pelas tradições indígenas e afro-brasileiras, incorporando elementos culturais locais e se tornando uma mistura única de diferentes influências.
Cultura indígena na festa junina
A cultura indígena contribuiu com elementos como o uso de fogueiras e rituais relacionados à agricultura e à fertilidade. Já a influência africana trouxe as danças, músicas e instrumentos típicos, como o tambor e a zabumba, que se tornaram parte essencial das festas juninas brasileiras.
De um modo geral, as festas juninas no Brasil são caracterizadas por danças tradicionais, como a quadrilha, em que as pessoas se vestem com trajes caipiras, dançam em pares e seguem uma coreografia.
Além disso, há uma variedade de comidas típicas, como: milho cozido, pamonha, curau, pipoca, canjica, quentão, vinho quente, maçã do amor, arroz doce, paçoca, pé-de-moleque e bolo de milho.
Festas juninas no Espírito Santo:
Município | Evento | Data |
Venda Nova do Imigrante | Festa de São João | 21 a 23 de junho |
Domingos Martins | Festa de São João | 23 de junho |
Guaçuí | Festa de São Pedro de Rates | 27 a 29 de junho |
Vitória | 96ª Festa de São Pedro, Praça do Papa | 28 a 30 de junho |
Vila Velha | Arraiá da Padroeira, Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (R. Quinze de Novembro, 241 – Praia da Costa, Vila Velha | 29 de junho |
Cariacica | Arraiá Bom Pastor, Santuário Bom Pastor, Campo Grande, após a Missa | 29 e 30 de junho |
Venda Nova do Imigrante | Festa do Padroeiro São Pedro Apóstolo | 29 de junho |
Fonte: Calendário de Eventos 2024/Secretaria de Estado do Turismo