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Na segunda parcial do Programa Voto com Orgulho é registrado aumento de 70% de pré-candidaturas LGBTI+


O percentual foi verificado em apenas 20 dias, desde a 1ª parcial divulgada em 10 de maio último. Há duas pré-candidatas à governadora que se declararam LGBTI+, uma pelo Paraná e outra no Distrito Federal


No segundo levantamento preliminar, foi verificado um aumento de 70% na quantidade de pré-candidatos LGBTI+ para a eleição deste ano. São candidatos ao Congresso Nacional, deputados estaduais e para governo estadual | Foto: Aberje

O Programa Voto com Orgulho, realizado pela Aliança Nacional LGBTI+ e entidades parceiras, já recebeu 125 cadastros de pessoas LGBTI+ e aliadas sobre pré-candidaturas para as eleições de 2022, um aumento de 70% em apenas 20 dias desde a primeira parcial divulgada dia 10 de maio de 2022. Esse aumento se deve especialmente pelas 51 novas candidaturas de pessoas LGBTI+ nesse curto espaço de tempo, enquanto pessoas aliadas à causa mantiveram o número de 10 pré-candidaturas.

Das 125 pré-candidaturas, São Paulo ainda é o estado com mais cadastros (19), mas agora divide a liderança com Paraná, seguido por Minas Gerais (15) e Rio de Janeiro (14). Contudo, a mudança mais expressiva está no Distrito Federal, que saltou de 1 candidatura para 12 em apenas 20 dias.

Esse aumento é puxado em grande parte pelos homens e mulheres cis (gays e lésbicas). Eles saíram de 43 pré-candidaturas para 65, enquanto elas saíram de 12 para 27. Mulheres trans e travestis também tiveram um aumento considerável: antes 14, agora 25. Já homens trans e homens trans permaneceram com 2 candidaturas.

O levantamento é uma realização da Aliança Nacional LGNTI+ | Imagem: Divulgação

Escolaridade

Quanto à escolaridade, os organizadores observaram que o número de pessoas com curso superior completo teve um aumento de 80% desde a primeira parcial com um total de 65 pessoas, sendo 25 com graduação completo, 37 incompletos, 22 com especialização, 15 com mestrado e 3 com doutorado. Com ensino médio completo foram 18, mantendo o número de ensino fundamental completo e incompleto.

Essa discrepância afeta diretamente a renda das pessoas pré-candidatas: com renda até 1 salário-mínimo (R$ 1.100,00), na primeira parcial tínhamos 27 pessoas, enquanto agora são 36 (10 sem renda, 8 até R$ 600,00 e 18 até 1.100,00), um aumento de 33%. No entanto, na faixa entre R$ 1.100,00 e R$ 4.180,00, houve um aumento de 61%, com 19 pessoas até R$ 2.090,01 e 31 entre 2.090,01 e 4.180,00. Esse aumento é ainda mais expressivo na faixa acima de R$ 4.180,00, com 29 pessoas entre R$ 4.180,01 e R$ 10.450,01 e 5 acima de R$ 20.900,01, um crescimento de 212% em relação à parcial anterior.

Quanto ao cargo pretendido, há uma novidade nesta parcial: 2 candidaturas de pessoas LGBTI+ para governadora, uma no estado do Paraná e uma no Distrito Federal. Para o cargo de deputado(a) estadual houve aumento de 52%, saindo de 52 para 79. Nas pré-candidaturas para deputada(a) federal tiveram aumento de 72%, saindo de 21 para 36. Para deputada(o) distrital ocorreu aumento de 7 pré-candidaturas, saindo de 1 para 8 pessoas.

Ideologicamente da esquerda à direita

Por fim, quanto às preferências político-partidárias, a quantidade de pessoas pela esquerda e centro esquerda aumentou 76%, passando de 55 para 97. Já aquelas de centro direita (4) e de centro (13) subiram de 11 para 14 pessoas. Os extremos também tiveram pouca alteração, passando de 6 para 9 na extrema esquerda e inalterado em 2 na extrema direita.

O diretor de Políticas Públicas da Aliança Nacional LGBTI+ e coordenador geral do Programa Voto Com Orgulho Cláudio Nascimento, aponta que “o número de pré-candidaturas LGBTI+ listadas nesta segunda parcial é uma grande notícia. Mas, acentua que para avançar a representatividade LGBTI+ na política e alcançar mais visibilidade das vozes é necessário que os partidos políticos valorizem e apoiem as pessoas LGBTI+ pré-candidatas para que elas consigam se tornar candidatas, garantindo acesso a recursos do fundo eleitoral, tempo de televisão e tratamento político igualitário para disputar o pleito eleitoral. Na última eleição municipal, a maioria das candidaturas LGBTI+ não tiveram apoio efetivo de partidos, mesmo entre as vereadoras e os vereadores LGBTI+ eleitos. Esperamos que esse ano os partidos nos assumam mais”.

Atualmente há 4 LGBTI+ no Congresso e 104 nos Estados e municípios

Para o presidente da Aliança Nacional LGBTI+ Toni Reis, que também é coordenador da Carta Compromisso para a Cidadania LGBTI+ – Eleições 2022, “a representatividade na política importa, sim! Hoje temos quatro pessoas LGBTI+ eleitas no Congresso Nacional e mais 104 eleitas nos municípios e nos estados. Precisamos aumentar esta representatividade com pessoas com lugar de fala e pessoas aliadas, para enfrentarmos o discurso de ódio LGBTIfóbico apregoado por fundamentalistas religiosos e pessoas extremistas”.

Quem realiza

O Programa Voto Com Orgulho é coordenado pela Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI+ (Rio de Janeiro) e o Grupo Dignidade (Curitiba), e conta com apoio institucional do Sinergia Instituto de Diversidade Sexual de Minas Gerais, Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, União Nacional LGBT, Rede Trans, Sleeping Giants Brasil, Associação de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH). Os candidatos LGBTI+ devem-se cadastrar clicando neste link.

A Aliança Nacional LGBTI+ é uma organização da sociedade civil, pluripartidária e sem fins lucrativos que trabalha com a promoção e defesa dos direitos humanos e cidadania da comunidade LGBTI+, nos Estados brasileiros através de parcerias com pessoas físicas e jurídicas. Tem uma coordenação de representação em cada uma das 27 Unidades da Federação e coordenações de representação em mais de 200 municípios brasileiros.