Às 22h04 desta quarta-feira (21) é celebrado no Hemisfério Sul o fim do Inverno, marcando o início astronômico da Primavera, que se estenderá até às 18h48 de 21 de dezembro, pelo horário de Brasília (DF). Nesta data ainda é comemorado o Dia da Árvore. O Climatempo lembra que climatologicamente. a primavera é uma estação de transição do inverno, com clima seco em grande parte do Brasil, com episódios de frio, para o Verão, período em que o ar quente e úmido predomina no país.
Em quase todo o Brasil, primavera significa a volta da chuva, o aumento da umidade e do calor. Mas para a maioria das áreas do Nordeste e para a porção norte da Região Norte, onde estão os estados de Roraima e o Amapá, a primavera é a estação do calor intenso e de pouca chuva. O instituo assinala que neste ano o fenômeno La Niña vai influenciar toda a estação, com previsão de vir a provocar um enfraquecimento no Verão.
La Niña
Com isso, o Climatempo destaca que as águas do Oceano Pacífico Equatorial Leste estão com temperatura abaixo da média normal, caracterizando o fenômeno oceânico-atmosférico La Niña. O clima global vem sendo influenciado pelo La Niña desde meados de 2020. A primavera de 2022 será a terceira primavera consecutiva com o padrão de precipitação e de temperatura modificado pelo fenômeno La Niña.
Dessa forma, o entendimento dos pesquisadores do instituto é de que na maior parte da primavera, o contraste térmico entre porção oceânica na costa da Região Sul e a região entre a costa do Uruguai e da Argentina não estará favorável para o deslocamento das frentes frias pelo interior do Brasil. A tendência é que os sistemas passem rapidamente sobre a Região Sul e avancem pela costa do Sudeste, tendo pouca influência sobre o interior desta Região e também do Centro-Oeste.
Com isso é previsto que várias frentes frias vão avançar para o Sudeste do Brasil durante a Primavera, mas a maioria de forma oceânica, com maior impacto nas áreas próximas ao litoral. Na Região Sudeste, o resfriamento mais notável causado por estas frentes frias, será nas áreas próximas ao litoral, atingindo áreas como o sul e o leste de São Paulo, o estado do Rio De Janeiro, o estado do Espírito Santo, parte do Sul de Minas e da Zona da Mata Mineira. Eventualmente poderá ocorrer entrada de ar frio de origem polar em Mato Grosso do Sul.
Dia da Árvore
O Dia da Árvore tradicionalmente sempre foi celebrado em todo o Brasil em 21 de setembro, mas durante a ditadura militar, o então ditador e general do Exército Humberto Alencar Castelo Branco editou o Decreto-lei 55.795, que separou as comemorações. Pelo desejo do tirano, no Centro-Sul, continuava o 21 de setembro e no Norte e Nordeste, a festa da árvore passou a ser na última semana de março, sob alegação de que esse é o período de início das chuvas e, portanto, propício ao plantio de sementes.
Mas, de nada adiantou o decreto do ditador. Prefeitos, professores e alunos do Norte e Nordeste comemoram o Dia da Árvore neste 21 de setembro, contrariando o decreto da ditadura. Isso porque a imprensa e os livros didáticos apontam esta data como sendo o Dia da Árvore. A organização internacional Greenpeace lembra uma frase do pastor alemão Martin Luther, ou Martinho Lutero, como é chamado no Brasil: ““Se eu soubesse que o mundo iria acabar amanhã, hoje eu plantaria uma árvore”, Ele liderou o movimento protestantismo, que se recusou do perdão de Deus mediante o comércio de indulgencias estabelecido pelo então papa Leão X. Lutero viveu entre 1483 a1546.
“Nesta data pedimos socorro”, diz o Greenpeace
Diante da omissão do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) com a destruição da selva amazônica, o Greenpeace diz: “O Cerrado, a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica estão pegando fogo. Nessa data em comemoração deixemos de lado o verde e os sons de pássaros que geralmente associamos ao ouvir a palavra “árvore”, e sim, focar no pedido de socorro gritando da nossa flora e, na nossa fauna, para que algum dia poderemos olhar para o passado e mentalizar em lutas pela preservação ganhas e aí sim, comemorar os lindos campos com mais flores e os bosques com mais vida da nossa terra gigante pela própria natureza”, diz o Greenpeace.
Já o Movimento dos Sem-Terra (MST) acrescentou através de suas redes sociais que, no Brasil, o agronegócio é desmatamento e que apenas em 2021, as grandes empresas do setor agrícola foram responsáveis por 97% do desmatamento no País. Biomas como o Amazônico e Cerrado são os principais atingidos pela atuação desenfreada do agronegócio. E acrescenta que, mesmo as queimadas tendo sido proibidas em junho do mesmo ano, mais de 33 mil focos de calor foram registrados no mês. É lembrado que os dados são do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais registrou (Inpe). O MST termina com a seguinte mensagem: “Nestas eleições fique de olho nos candidatos/as do agronegócio. Eles querem passar a boiada por cima dos biomas e dos povos do campo, das águas e das florestas”.