Diante da omissão, grupos bolsonaristas já adotam o voto “CasaNaro” ou “BolsoGrande”
A vinculação do nome do atual governador e candidato à reeleição, Renato Casagrande (PSB) ao atual presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (PL) foi iniciada pelo próprio filho, Victor Casagrande, que postou nas suas redes sociais o voto “CasaNaro”, numa associação entre o “socialista” e o extremista de direita. Casagrande vem se recusando a dizer se apoia Bolsonaro e se rejeita Lula. Optou em dizer para a imprensa que apoia Lula, mas no primeiro turno não pediu votos e contribuiu para Lula perder em todos os 78 municípios do Espírito Santo.
Desde o início desta semana o governador vem sendo procurado insistentemente, através de seu assessor de imprensa, para se posicionar se está apoiando o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) ou o ex-presidente Luiz Inácio Luiz da Silva (PT), mas não deu retorno. Preferiu se manter em cima do muro, como fez no primeiro turno e onde não pediu publicamente votos para Lula e nem colocou na divulgação de sua candidatura, no horário eleitoral, o nome de Lula e seu número.
Agressividade à imprensa
O assessor de Imprensa de Casagrande chegou a ser agressivo quando perguntado se o atual governador e candidato à reeleição está realmente apoiando Bolsonaro, como apregoam as redes sociais, principalmente a partir de publicação de seu próprio filho, Victor Casagrande que difundiu o estimulo no voto “CasaNaro”. O assessor do governador chegou se referir ao primeiro turno e cofensivamente disse à imprensa “você está desinformado, não viu que ele apoio Lula?:” E diante da resposta de que “sinceramente, não vi”, ele optou por se calar.
No mercado político capixaba o entendimento é que Casagrande quer continuar, confortavelmente, no segundo turno em cima do muro, sendo omisso em relação ao acordo que seu partido fez com o PT, ao criar a Federação partidária, em apoiar Lula. O fato é que, diante da omissão de Casagrande, Lula perdeu em todos os 78 municípios do Espírito Santo e que o candidato à Presidência pelo PT não veio ao Estado no primeiro turno. Não havia certeza de palanque.
Grupos de WhatsApp bolsonaristas
No grupo bolsonarista de WhatsApp “Avança Cariacica”, a chefe de gabinete do prefeito Euclério Sampaio (União Brasil), Zilá Espíndula, anunciou que seu chefe está engajado no voto BolsoGrande. Nesse grupo estão bolsonaristas radicais de extrema direita, como o vereador de Vitória (ES), Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da federal, recém eleito deputado federal pelo PL e o atual prefeito de Cariacica. Ainda participam desse grupo os atuais deputados estaduais Marcelo Santos, Janete de Sá e Sérgio Majeski, o pastor evangélico bolsonarista Messias Donato, recém eleito deputado federal pelo Republicanos; a vice-governadora atual Jacqueline Moraes e seu marido bolsonarista, o ex-vereador por Cariacica Adilson Avelina. Também estão nesse mesmo grupo os vereadores Aloísio Varejão (Vitória) e César Lucas e o ex-prefeito de Cariacica, Geraldo Luzi Júnior, o Juninho.
Diante de um quadro onde há um candidato bolsonarista oficial ao governo estadual, o extremista de direita Carlos Mannato (PL) e um que deixa ser vinculado ao atual presidente e não desmente categoricamente, a esquerda capixaba ensaia o voto nulo para governador e votar apenas no 13 para a Presidência da República. Para eleitores que tem seus contatos pessoais e que o questionaram, Casagrande preferiu deixar no ar o seu apoio a Bolsonaro e respondeu: “Não é manifestação minha. São pessoas que me apoiam e apoiam o presidente.”