João Carlos Thomé, o Joca, é o servidor público Federal responsável pelos estudos do impacto ambiental do desastre de Mariana. “Um colapso total. Tudo que estava na passagem da lama morreu”, relembra durante o podcast com 1h25 de duração
No seu quarto podcast no seu canal do YouTube “Trabalha & Confia”, o candidato a deputado estadual pelo PCdoB do Espírito Santo, Neto Barros, com o número de urna 65123, entrevistou João Carlos Thomé, que falou sobre a maior tragédia ambiental da história do Brasil. O crime ecológico da Vale/BHP Billiton/Samarco ocorreu em e 5 de novembro de 2015, no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro de Mariana (MG).
O entrevistado iniciou dizendo que o Espírito Santo se encontra em uma zona de transição, tendo no Estado uma característica do Nordeste brasileiro e com o Sul do Brasil. “Então, aqui é o encontro das correntes frias do Sul, ricas em nutrientes, com as correntes quentes do Norte, ricas em biodiversidade”, disse Joca. “Aqui é onde a biodiversidade explode literalmente. O Espírito Santo tem uma importância muito grande para a costa brasileira, apesar de (ser) um Estado pequeno. É o começo do banco dos Abrolhos”, prosseguiu. “Os Abrolhos começam aqui no Rio Doce”, completou.
O crime ecológico da Vale/BHP Billinton/Samarco ocorreu justamente nessa região. Joca destaca que a dimensão desse impacto ainda não é entendida pela sociedade brasileira. “Essa tragédia coincidiu com a maior crise do Brasil nos últimos anos. Política, financeira, depois a pandemia. De 2015 para cá teve impeachment, teve novo governo, teve eleição, a pandemia. Então, tudo isso fez com que a sociedade não prestasse muita atenção nesse problema. Apenas quem vive na região, foi impactado e está sofrendo isso na pele há sete anos”, assinalou.
Contaminação com mercúrio e chumbo
Ele se recorda que no Rio Doce houve colapso total e morreram todas as espécies de peixes. Agora com a volta dos organismos vivos, eles continuam contaminados e impróprios para a pesca. “É importante esclarecer o seguinte. Mesmo que esses elementos como chumbo, mercúrio, vários desses, não estivessem na barragem que rompeu, quando ela desceu carregando as margens muitos na os de mineração, tudo aquilo que estava depositado, quieto no leito do rio, foi carreado junto. Então, essa contaminação é por causa da barragem, porque não estava lá depositado, ela é derrubada por conta disso”, afirmou.
Aos 45 minutos do podcast, Neto Barros lembra do sufoco que passou quando era prefeito de Baixo Guandu (ES) nessa ocasião e que enfrentou, inicialmente, o descaso da Vale, que juntamente com a BHP Billinton tinham casa uma 50% do capital da Samarco, a dona da represa que não tinha a devida manutenção técnica e se rompeu. “Mataram o rio e sequer houve qualquer tipo de responsabilização”, lamenta Neto Barros.