A Organização Panamericana da Saúde (Opas), divulgou nesta quarta-feira que os casos de Covid-19 dispararam em toda a região das Américas na última semana. As informações são da assessoria de imprensa da ONU, a ONU News e noticiário local. No Espírito Santo, devido às faltas de iniciativa governamental, ainda não foi adotada nenhuma medida para conter a expansão, como exigência de comprovante de vacinação e nem a proibição para aglomerações em praias, shopping centers, igrejas, casas de shows e, principalmente, os superlotados ônibus sem janelas do sistema Transcol.
Somente o ano eleitoral para explicar a falta de adoção de medidas impopulares, mas necessárias para conter a expansão e evitar o colapso nos hospitais. Sem medidas, políticos que querem se reeleger não desagradam setores negacionista ao vírus. OI Hospital Dr Jayme dos Santos Neves, a maior referência em pacientes infectados pelo Covid já está completamente lotado, com 100% da sua capacidade de leitos ocupadas., A diretora da Opas, Carissa Etienne, destacou que, apenas no Brasil, os casos quase triplicaram, subindo em 193% em relação à semana anterior, com 477 mil novas infecções.
Aumento generalizado
O país não está isolado no aumento de transmissão do coronavírus. Paraguai e Guianas acompanham a tendência, com casos dobrando a cada dois dias. Já a Argentina registrou mais de 797 mil novos infectados. Carissa Etienne afirmou que como os casos de Covid-19 estão crescendo mais ativamente e mais rapidamente do que nunca, fica claro que a variante Ômicron se tornou a cepa predominante na região.
América do Norte, Central e Caribe também observaram o aumento de infecções. Os Estados Unidos concentram a maioria dos novos casos da região, embora os números tenham começado a cair. Haiti e Martinica, países com a taxa de cobertura vacinal mais baixa da região, continuam a relatar aumentos significativos de transmissão.
Testagem
Para a diretora da Opas, é fundamental que os países sigam monitorando e gerando dados sobre a progressão do vírus para orientar as decisões. Ela adicionou que as informações são cada vez mais necessárias para entender o impacto da doença nos diferentes grupos de idade, de gênero e de localização.
Segundo Carissa Etienne, apenas assim será possível equipar municípios e distritos locais com as ferramentas necessárias para gerenciar riscos e orientar suas populações durante esse período. A representante explicou ainda que os dados também são essenciais para ajudar os países a identificar lacunas e direcionar recursos para garantir que as pessoas com maior risco de doença grave por Covid-19 sejam protegidas primeiro.
Crianças
Ao destacar a vulnerabilidade das crianças durante a pandemia, a diretora da Opas afirmou que o afastamento das salas de aula causou outros impactos na vida dos menores. Para ela, além dos riscos para a saúde mental, muitos estudantes dependem das instituições de ensino para fazerem refeições diárias.
Outro aspecto importante é que muitas crianças não tiveram acompanhamento médico nos últimos dois anos. Isso impactou no número de crianças não imunizadas para outras doenças, algumas que já estavam controladas. Ela citou o surto de sarampo no Brasil e o aumento na transmissão de difteria no Haiti e a República Dominicana.
Vacinas para crianças
Além de estimular que o calendário de vacinação para crianças siga acontecendo e mantenha as evoluções das últimas décadas, Carissa Etienne afirmou que os países das Américas que já ultrapassaram a meta de vacinar 70% de sua população adulta, devem ampliar a imunização às crianças.
Nesses países, onde grupos vulneráveis já foram protegidos e onde suprimentos adicionais de vacina estão disponíveis, os benefícios de vacinar crianças para reduzir ainda mais a transmissão do vírus devem ser considerados.
A diretora da Opas lembrou que muitos países já autorizaram e estão administrando com segurança vacinas contra a Covid-19 em adolescentes. Semana passada, o grupo de especialistas em imunização da OMS autorizou a vacina da Pfizer para crianças entre 5 e 12 anos, oferecendo recomendações para os países que estão iniciando a campanha para os menores.