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No Brasil, casos de Covid-19 triplicam em apenas uma semana. No ES hospitais estão superlotados

No Brasil, governadores estão evitando evitar medidas de contenção à expansão ao vírus da variante Ômicron devido ao ano eleitoral. Como pretendem se reeleger ou sair candidato ao Senado, os políticos evitam adotar lockdown ou exigir comprovante de vacina para acessar shoppings centers, igrejas, praias e principalmente ônibus superlotados

Devido à falta de iniciativa de governantes, o Hospital Jayme Santos Neves não tem mais vaga pera pacientes com Covid | Foto: Ales

A Organização Panamericana da Saúde (Opas), divulgou nesta quarta-feira que os casos de Covid-19 dispararam em toda a região das Américas na última semana. As informações são da assessoria de imprensa da ONU, a ONU News e noticiário local. No Espírito Santo, devido às faltas de iniciativa governamental, ainda não foi adotada nenhuma medida para conter a expansão, como exigência de comprovante de vacinação e nem a proibição para aglomerações em praias, shopping centers, igrejas, casas de shows e, principalmente, os superlotados ônibus sem janelas do sistema Transcol.

Somente o ano eleitoral para explicar a falta de adoção de medidas impopulares, mas necessárias para conter a expansão e evitar o colapso nos hospitais. Sem medidas, políticos que querem se reeleger não desagradam setores negacionista ao vírus. OI Hospital Dr Jayme dos Santos Neves, a maior referência em pacientes infectados pelo Covid já está completamente lotado, com 100% da sua capacidade de leitos ocupadas., A diretora da Opas, Carissa Etienne, destacou que, apenas no Brasil, os casos quase triplicaram, subindo em 193% em relação à semana anterior, com 477 mil novas infecções.

O mais recente boletim do governo estadual aponta elevada ocupação de leitos do Hospital Jayme Santos Neves | Fonte: Painel Covid

Aumento generalizado

O país não está isolado no aumento de transmissão do coronavírus. Paraguai e Guianas acompanham a tendência, com casos dobrando a cada dois dias. Já a Argentina registrou mais de 797 mil novos infectados. Carissa Etienne afirmou que como os casos de Covid-19 estão crescendo mais ativamente e mais rapidamente do que nunca, fica claro que a variante Ômicron se tornou a cepa predominante na região.

América do Norte, Central e Caribe também observaram o aumento de infecções. Os Estados Unidos concentram a maioria dos novos casos da região, embora os números tenham começado a cair. Haiti e Martinica, países com a taxa de cobertura vacinal mais baixa da região, continuam a relatar aumentos significativos de transmissão.

Testagem

Para a diretora da Opas, é fundamental que os países sigam monitorando e gerando dados sobre a progressão do vírus para orientar as decisões. Ela adicionou que as informações são cada vez mais necessárias para entender o impacto da doença nos diferentes grupos de idade, de gênero e de localização.

Segundo Carissa Etienne, apenas assim será possível equipar municípios e distritos locais com as ferramentas necessárias para gerenciar riscos e orientar suas populações durante esse período. A representante explicou ainda que os dados também são essenciais para ajudar os países a identificar lacunas e direcionar recursos para garantir que as pessoas com maior risco de doença grave por Covid-19 sejam protegidas primeiro.

Crianças

Ao destacar a vulnerabilidade das crianças durante a pandemia, a diretora da Opas afirmou que o afastamento das salas de aula causou outros impactos na vida dos menores. Para ela, além dos riscos para a saúde mental, muitos estudantes dependem das instituições de ensino para fazerem refeições diárias.

Outro aspecto importante é que muitas crianças não tiveram acompanhamento médico nos últimos dois anos. Isso impactou no número de crianças não imunizadas para outras doenças, algumas que já estavam controladas. Ela citou o surto de sarampo no Brasil e o aumento na transmissão de difteria no Haiti e a República Dominicana.

Vacinas para crianças

Além de estimular que o calendário de vacinação para crianças siga acontecendo e mantenha as evoluções das últimas décadas, Carissa Etienne afirmou que os países das Américas que já ultrapassaram a meta de vacinar 70% de sua população adulta, devem ampliar a imunização às crianças.

Nesses países, onde grupos vulneráveis já foram protegidos e onde suprimentos adicionais de vacina estão disponíveis, os benefícios de vacinar crianças para reduzir ainda mais a transmissão do vírus devem ser considerados.

A diretora da Opas lembrou que muitos países já autorizaram e estão administrando com segurança vacinas contra a Covid-19 em adolescentes. Semana passada, o grupo de especialistas em imunização da OMS autorizou a vacina da Pfizer para crianças entre 5 e 12 anos, oferecendo recomendações para os países que estão iniciando a campanha para os menores.