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No Dia Nacional de Controle da Asma, especialistas da Rede Ebserh esclarecem sobre a doença


De acordo com pneumologista do Hucam, cerca de 10% da população adulta têm a enfermidade; Com tratamento adequado, paciente tem qualidade de vida


No Dia Nacional de Controle da Asma, especialistas da Rede Ebserh esclarecem sobre a doença | Foto: Divulgação

Texto: Unidade de Comunicação Regional 23/Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes

Dificuldade para respirar e chiado nos pulmões podem sinalizar a presença do problema respiratório que, segundo o Ministério da Saúde, é um dos mais presentes na população brasileira: a asma. Neste dia 21 de junho, data instituída para conscientização sobre o controle da doença, especialistas vinculados aos hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) esclarecem sobre as causas, diagnóstico e tratamento.

De acordo com a pneumologista Silvana Duarte, do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam-Ufes), em Vitória, a asma é uma doença que se manifesta em diferentes formas e níveis de gravidade. Entre as crianças, entre 10% e 20% delas têm a enfermidade. Entre os adultos, a prevalência é de 10%.

“Há um senso comum de que asma é a forma grave e bronquite é a forma leve, mas não é bem assim. O nome científico da doença é asma brônquica, e nem toda bronquite é asmática”, explica Duarte.

Segundo o pneumologista João Batista Filho, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), a asma é uma doença inflamatória que afeta as vias aéreas, mais especificamente os brônquios, que são os “canos” que levam o ar aos pulmões. “A asma é o aumento da inflamação desse canal, dificultando a passagem de ar”, explica. A doença tem uma prevalência maior na infância, até por volta dos 12 anos, conforme ressalta o médico, geralmente apresentando uma melhora dos sintomas, mas com chances de voltar em qualquer idade da vida adulta. Segundo o especialista, a asma pode ter natureza alérgica (provocada por agentes externos ambientais) ou não alérgica, mas há uma predisposição genética nos dois casos.

A exposição a poeira, pólen, mofo, poluição do ar, fumaça de cigarro e cheiros fortes (de produtos de limpeza e perfume, por exemplo), são fatores que podem desencadear uma crise asmática | Foto: Divulgação

Identificação de uma crise asmática

A exposição a poeira, pólen, mofo, poluição do ar, fumaça de cigarro e cheiros fortes (de produtos de limpeza e perfume, por exemplo), são fatores que podem desencadear uma crise asmática, esclarece a médica pneumologista Rebecca Stival, do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-Furg). Os sintomas, além da dificuldade para respirar, podem se apresentar como uma sensação de opressão no peito, coriza nasal, espirros e tosse seca. Nem todos aparecem de forma simultânea, por isso a importância de buscar auxílio especializado para identificação.

O diagnóstico é feito através da entrevista médica (anamnese) para averiguar detalhadamente os sintomas, o histórico pessoal e familiar da asma, e os fatores que possam piorar a condição do paciente. Durante a avaliação, é feito um exame que demonstra a variabilidade de fluxo de ar nas vias aéreas, chamado espirometria.

Qualidade de vida

O paciente asmático pode e deve ter uma qualidade de vida durante suas atividades diárias. O primeiro passo, conforme ressalta o médico alergista e imunologista, Iramirton Moreira, chefe da Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA-UFAL), é melhorar o ambiente, mantendo-o limpo e arejado.

Outro detalhe, é que “a maioria das pessoas pensam no estereótipo extremo da asma, com a falta de ar constante.  Os sintomas, mesmo nas formas mais brandas, já podem sinalizar a doença e precisam ser investigados”, destaca o médico. Na maioria dos casos, corticoides inalatórios são os medicamentos recomendados pelos especialistas para desinflamar as paredes dos brônquios. Estes devem ser utilizados apenas com recomendação do médico, que fará o diagnóstico correto do paciente, alerta Iramirton.

O especialista informa, ainda, que é preciso romper com a crença de que um paciente asmático não pode realizar exercícios físicos. É possível se exercitar com segurança e conforto respiratório, desde que haja o acompanhamento médico para controle dos sintomas, garantindo o bem-estar da pessoa que tem asma.

A médica Silvana Duarte, do Hucam-Ufes, acrescenta que o paciente com asma pode fazer inclusive exercícios aeróbicos:

“E não precisa ser especificamente a natação, pode ser o esporte que puder, desde que não tenha contato com aeroalérgenos, como o mofo. Para alguns, o próprio cloro da piscina pode ser ruim, logo, cada um tem suas características”, acrescenta.

Garantia de tratamento pelo SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) garante o tratamento da pessoa asmática desde a atenção primária nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Em casos graves, é feito o encaminhamento para atendimento nos hospitais da rede Ebserh. No Hucam-Ufes, o Ambulatório de Pneumologia atende pacientes asmáticos. No HU-UFMA, funciona o Ambulatório de Asma Grave e Difícil Controle, direcionado aos casos mais severos da doença. O HU-Furg possui atendimento especializado em asma pelo serviço de Pneumologia. E no HUPAA-UFAL, os Ambulatórios de Pneumologia, e o de Alergia e Imunologia Clínica também atendem pacientes asmáticos.

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.