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No Espírito Santo a vacinação para crianças de 5 a 11 anos vai demorar e só ocorrerá em fevereiro

O governo Bolsonaro tenta prejudicar de todas as formas a vacinação contra Covid para crianças de 5 a 11 anos | Foto: Redes sociais

A vacinação pediátrica contra o Covid para crianças de 5 a 11 anos, autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 16 de dezembro do ano passado, somente foi autorizada pelo Ministério da Saúde do governo Bolsonaro 20 dias depois e mesmo assim anunciou o recebimento de 20 milhões de doses ao longo deste primeiro trimestre. O país conta com mais de 40 milhões de crianças nessa faixa etária. Nas próximas semanas será recebido apenas 3,74 milhões de doses.

De acordo com a Secretaria de Estada da Saúde, somente o Espírito Santo tem 393.089 crianças na faixa de 5 a 11 anos de idade e a expectativa é que somente no mês que vem é que será iniciada a vacinação. O feriado prolongado de Carnaval neste ano vai ocorrer a partir do sábado, dia 26 de fevereiro até a Terça-Feira de Carnaval, dia 1º de março. A primeira dose de todo esse público deveria ocorrer 14 dias, ou seja, até o dia 11 de fevereiro para o imunizante começar a fazer efeito antes da aglomeração que ocorrerá com o sem carnaval. Mesmo sem carnaval, é aguardada aglomerações de pessoas nas praias.

Anúncio vem após pressão da sociedade

Somente após pressão da sociedade que o médico bolsonarista que ocupa o cargo de ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, veio à público para anunciar a vacinação de crianças e de que não será necessário a autorização por escrito de um médico. A autorização fazia parte do projeto negacionista do presidente Jair Bolsonaro (PL) de tentar prejudicar de todas as formas a vacinação, uma vez que a maioria da população depende de médicos do SUS e o agendamento de consultas é demorado e ineficiente.

De acordo com a Agência Brasil, o esquema vacinal será com duas doses, com intervalo de oito semanas entre as aplicações. O tempo é superior ao previsto na bula da vacina da Pfizer, também dentro do esquema negacionista à vacina e ao vírus do Covid, uma vez que a Pfizer chegou a colocar na bula que as duas doses do imunizante devem ser aplicadas com três semanas de diferença. Ou seja, mais de um mês antes do que foi estabelecido pelo governo de Bolsonaro.

Crianças de 5 anos devem ir acompanhada dos pais

No pronunciamento, o bolsonarista Queiroga disse que será preciso que a criança vá vacinar acompanhada dos pais ou responsáveis ou leve uma autorização por escrito, como se uma criança de cinco anos pudesse caminhar sozinha e enfrentar fila de vacinação. Apesar de não incluir a prescrição médica para que as crianças sejam vacinadas, Queiroga “sugeriu” que os pais procurem profissionais de saúde. Questionado por jornalistas se essa recomendação não desestimularia os pais a levarem os filhos para vacinar, o ministro da Saúde de Bolsonaro respondeu afirmando que isso deixaria os pais mais “seguros” para decidir sobre a imunização.

Ao ser questionado do por quê da demora para a vacinação e o que motivou a não se preparar a fazer estoques da vacina, que já está sendo aplicada há meses em outros países, e o atraso que vai levar a vacinação ser iniciada somente  fevereiro e diante do avança avassalador da variante Ômicron, Queiroga deu a seguinte resposta: “Não há atraso. Não podemos trazer doses antes da aprovação da Anvisa. Consulta pública foi importante sim para tomada de posição do Ministério”. “Tivemos cuidado e não foi excessivo, muito pelo contrário. Também estava no nosso radar. Nós temos uma tempestividade, o tempo correto de ser feito. E acredito que este é o tempo adequado”, acrescentou a bolsonarista secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite.