Durante reunião no Fórum dos governadores nesta última segunda-feira (23), o governador paulista João Dória (PSDB) fez uma advertência aos seus colegas sobre o risco de infiltração bolsonarista dentro das Polícias Militares. A advertência foi feita exatamente no mesmo dia em que ele retirou o comando de sete batalhões das mãos do coronel PM Aleksandro Lacerda, que havia utilizados as suas redes sociais para criticar o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM) e o próprio Dória.
A falta de pulso firme de alguns governadores está permitindo que as Polícias Militares se alinhem cada vez mais à Bolsonaro e com isso fica aberta a possibilidade de insubordinação e até de uso político das forças militares estaduais para um levante armado. No Espírito Santo faltou um posicionamento do governador Renato Casagrande (PSB) em relação ao posicionamento bolsonarista da Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo, que abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) de Rito Sumário contra o capitão da PM capixaba Vinícius Sousa.
No ES a PM pune quem critica Bolsonaro
O capitão capixaba defende a legalidade e se opõe aos desmandos de Bolsonaro e por isso está sendo punido pela corporação, que faz vista grossa ás postagens favoráveis ao presidente e até participação de PMs bolsonaristas em atos antidemocráticos favoráveis à Bolsonaro. O governador do Estado ainda não se posicionou e nem tomou uma atitude firme como o seu colega de São Paulo.
“O presidente flerta com o autoritarismo permanentemente, e muitos de seus ministros endossam isso. Nós, que fomos eleitos, temos a obrigação de nos manifestar em favor da liberdade, do Supremo”, disse João Dória para seus colegas governadores. Ele ainda lembrou que os bolsonaristas, como os PMs, “estimulam pessoas a irem armadas para as ruas”. Ele concluiu dizendo que no seu Estado não tolera indisciplina. “Sendo do governo, se quiser emitir posição política, que saia do governo”, acentuou.