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Nova “Carta aos Brasileiros” em apoio à democracia e do respeito ao resultado das eleições


Documento contou com assinatura de mais de três mil pessoas até o momento, com nomes que vão de banqueiros, empresários de grande porte, juristas, artistas de renome nacional, entre outros. E repete a Carta de 1977, que enfrentou a ditadura militar. Para assinar também basta clicar aqui


Faculdade de Direito da USP organizou um documento que entrará para a História do Brasil | Foto: Reprodução/Internet

Organizado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), a nova carta relembra ato em defesa da democracia brasileira idêntico, que ocorreu em 8 de agosto de 1977, quando o professor Goffredo da Silva Telles Junior, leu no Largo de São Francisco, a Carta aos Brasileiros, onde foi denunciada a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que o Brasil vivia. Dessa vez, diante dos sistemáticos ataques à democracia pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL), a elite econômica, jurídica e cultural brasileira decidiu romper os laços com o governo de extrema-direita e afirma que “não serão tolerados ataques infundados às eleições”.

Entre os milhares de nomes estão o de Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, co-presidentes e Candido Bracher ,do Conselho de administração do Itaú Unibanco. Guilherme Leal e Pedro Passos, do grupo Natura. Há nomes como Arminio Fraga (ex-presidente do Banco Central), Chico Buarque, Debora Bloch, José Eduardo Martins Cardozo (ex-ministro da Justiça), José Olympio Pereira (ex-Presidente do Credit Suisse no Brasil), Juca Kfouri (jornalista), Leonardo Boff (teólogo), Luiz Gonzaga Beluzzo (economista), padre Júlio Lancellotti, Paulo Betti (ator), Pedro Malan (ex-ministro da Fazenda de FHC), Reinaldo Azevedo (escritor e jornalista), Tarso Genro (ex-ministro da Justiça), Walter Casagrande Júnior, jornalista, ex-jogador de futebol), entre outros.

A Carta lembra do respeito à independência dos poderes: “Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal”. E destaca a segurança e a legitimidade das urnas eletrônicas: “Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral”. Leia a seguir a íntegra da Carta aos Brasileiros e veja as milhares de pessoas que assinaram até agora, em arquivo PDF:

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“País com profundas desigualdades sociais”

“Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em um país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude”, assinala o sétimo parágrafo da carta.

“Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos. Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”, afirma os dois parágrafos seguintes.

Ataques infundados e desvarios autoritários

“Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional. Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão”, prossegue a Carta aos Brasileiros de 2022.

“Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão. Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática. Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos às brasileiras e aos brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições”, prossegue.

“Ditadura e tortura pertencem ao passado” e como assinar a Carta

“No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições. Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona”, finaliza com a frase “Estado democrático de Direito sempre”. Quem desejar assinar a histórica Carta aos Brasileiros é só clicar neste link, colocando o número do CPF, profissão e o e-mail de contato.