O bancário Carlos Pereira de Araújo (Carlão) sucede Rita Lima na coordenação-geral do Sindicato dos Bancários-ES. Integrada por 64 bancárias e bancários, a Chapa 1 será empossada no dia 31 de maio

Nas eleições sindicais realizadas no final do último mês, a Chapa 1 recebeu 2.153 votos. Entre os eleitores ativos e aposentados, os votos válidos somaram 2.214. A chapa eleita conquistou 97,2% dos votos válidos. A Chapa 1 toma posse no dia 31 de maio próximo e vai administrar a entidade sindical no quadriênio 2025 – 2029.
A atual presidente, Rita Lima, primeira mulher eleita como cabeça de chapa em uma eleição do Sindicato, está na coordenação-geral desde maio de 2021, passando o bastão em breve para Carlão. A dirigente também foi eleita na Chapa 1 e segue na Diretoria Executiva, agora à frente da Secretaria de Comunicação nesta nova gestão. Rita, primeiramente, agradeceu às bancárias e aos bancários que deram um voto de confiança aos 64 integrantes da Chapa 1. Ela também agradeceu os sindicatos parceiros, a Fetraf RJ-ES e a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora.
Agradecimento
“Temos que agradecer especialmente a participação expressiva da categoria na votação. A prerrogativa de escolher diretamente representantes por meio de uma eleição direta é sempre um ato especial que deve ser valorizado. Afinal, todas as vezes que exercemos o direito do voto estamos fortalecendo a democracia. Nesses tempos sombrios em que a nossa democracia tem sido ameaçada com tentativa de golpe, fortalecê-la é um ato de resistência”, ressaltou Rita.
A coordenadora também enalteceu o trabalho da Comissão Eleitoral. “Foi uma condução exemplar. A Comissão assegurou um processo transparente e lícito. “A legitimidade do pleito passa obrigatoriamente pelo trabalho irretocável da Comissão Eleitoral. Quero agradecer também aos empregados e às empregadas do Sindicato, que deram o suporte técnico ao processo eleitoral”, registrou.
Rita acrescentou ainda que os integrantes da Chapa 1 saem do processo eleitoral revigorados. “Acho que a votação expressiva da categoria é um reconhecimento do nosso trabalho. Esse apoio que vem das urnas renova nossas energias para seguirmos na luta. Vamos em frente. Ousando lutar, venceremos!”.
Parte da história do Sindicato
A trajetória sindical de Carlos Pereira de Araújo, o popular Carlão, assim como a de Rita, faz parte da história do Sindicato. Presidente (nomenclatura mudou para coordenador-geral em 2015) do Sindicato em outras quatro ocasiões, Carlão vai assumir a direção sindical pela quinta vez. Ele destaca alguns desafios que devem estar na ordem do dia nos próximos quatro anos. “O adoecimento da categoria bancária é sem dúvida uma das questões que preocupa. Há alguns anos, LER/DORT era uma das doenças recorrentes na categoria. Hoje enfrentamos uma verdadeira epidemia de doenças mentais. Isso é muito grave. As pesquisas apontam que a raiz desse adoecimento está na cobrança abusiva das metas”.
O coordenador-geral eleito listou a defesa do emprego bancário e o combate às contratações precarizadas como problemas desafiadores. “O Santander tem sido o laboratório dos bancos na aplicação dessa prática fraudulenta de contratação precarizada. O Santander demite o bancário e o contrata novamente por meio de uma subsidiária do grupo para exercer as mesmas funções, mas não mais como bancário”, critica. Carlão também inclui como prioridade da gestão a defesa dos bancos públicos. “Essa é uma pauta permanente para nós. Fazemos essa defesa há décadas”. O dirigente destacou a defesa do Banestes público e estadual, uma das principais bandeiras de luta do Sindicato. “O Banestes é um banco da nossa conta. Vamos seguir firmes para mantê-lo nas mãos dos seus donos legítimos: o povo capixaba”.
Democracia e “sem anistia para Bolsonaro”
A defesa da democracia é um dos eixos de um sindicato com DNA classista, afirmou Carlão. “A defesa incondicional da democracia é um campo de mobilização permanente para nós. O golpismo e os fantasmas da ditadura estão sempre à espreita, não podemos relaxar. Vimos isso recentemente nos atos de 8 de janeiro de 2023”. E reforçou, fazendo menção ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro: “Sem anistia para Bolsonaro”. A questão ambiental é outro ponto que o dirigente aponta como central. “Esse tema tem de estar na agenda de lutas do movimento sindical, das entidades sociais em geral e da sociedade civil organizada. O Planeta precisa ser prioridade é isso é urgente. Não há mais tempo para adiar essa pauta. É uma questão de sobrevivência”.
Ainda sobre as prioridades da nova gestão que toma posse no dia 31 de maio, Carlão falou sobre a questão de gênero na categoria bancária, principalmente em relação ao assédio moral e sexual e a necessidade de se garantir a igualdade salarial entre mulheres e homens. Nessa pauta de lutas ele também incluiu a questão dos trabalhadores negros, LGBTQIAPN+, PcDs e neurodivergentes. “Temos pressionado os bancos a reverem as políticas de inclusão desses grupos minorizados que são mais vulneráveis às desigualdades na categoria bancária. Os aposentados também precisam do nosso apoio para organizarem a luta”, assinalou.
Claudio Merçon (Cacau), que executou o papel de representante da Chapa 1 junto à Comissão Eleitoral, afirmou que a Comissão deu todas as condições para a eleição transcorrer para assegurar a maior participação da categoria na eleição. Na eleição da nova gestão, Cacau vai assumir a secretaria-geral.
Veja quem integra a gestão 2025 – 2029 do Sindibancários-ES:
