Ao contrário do governo Lula, que reajustava o menor salário do país com ganho real, o presidente Bolsonaro reajustou muitas vezes menor do que os aumentos que ocorreram nos alimentos em 2021
O novo valor do salário mínimo neste ano, de R$ R$ 1.212 não dá para comprar duas cestas básicas de alimentos, que segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ainda sem os dados do valor da cesta básica de dezembro, cujo resultado somente será divulgado nos próximos dias, em Vitória cesta de alimentos custava em novembro R$ 668,17. Duas cestas valiam há dois meses atrás R$ 1.336,34.
A inflação elevada no governo Bolsonaro corroeu todos os reajustas acima da inflação que foram concedidos no governo Lula e agora, não sobra dinheiro para outras despesas básicas, como remédios, transporte, lazer e gastos escolares. O presidente Bolsonaro interrompeu por alguns minutos as suas férias no litoral catarinense para assinar virtualmente a Medida Provisória 1.091, no último dia 30 de dezembro para conceder um reajuste de apenas 10,18%.
O percentual é um deboche do governo de extrema direita diante da volta da fome no Brasil, do desemprego recorde e da inflação que voltou com força.; O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) apontou que o aumento de preços em produtos alimentícios foi muito maior do que os 10,18% do reajuste do salário mínimo, conforme a tabela a seguir:
Inflação dos alimentos
. Açúcar refinado (53,05%)
. Maracujá (52,02%)
. Carne bovina (39,07%)
. Café em pó (38,09%)
. Alimentos preparados congelados de carne bovina (33,71%)
. Pimentão (31,68%)
. Açúcar cristal (31,25%)
. Frango em pedaços (28,68%)
. Feijão fradinho (25,97%)
Fonte: FGV