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O jongo Maria Preta e Zé Porto reconhecem e outorga o título de mestre a escritora Bárbara Péres

Felipe de Oliveira, diretor e historiador do IPHAN e Sara Mezzine, secretária de Turismo e Cultura, recebendo das mãos da escritora o esbouço do livro do jongo | Foto: Divulgação

O Coletivo Jongo Maria Preta e Zé Porto, de Marataízes entrega título de mestra à diretora e fundadora do Coletivo, senhora Bárbara Péres. No evento, o ‘VI Encontro de Grupos Folclóricos e Danças Típicas’ organizado pelo Coletivo de Marataízes, este reconhece a importância de sua mestra, que, desde o ano 2000, vem, de forma expressiva, resgatando as raízes folclóricas da comunidade da Barra do Itapemirim, através de pesquisas, entrevistas e depoimentos de antigos brincantes do jongo.

Esses descendentes prestaram depoimentos de extrema importância para identificar as danças, os encontros e as fogueiras que eram realizadas, geralmente, nos meses de junho e julho de cada ano. O Pertencimento e a identidade do povo descendente de imigrantes e das colônias de pescadores foram relevantes para determinar que o jongo existe em Marataízes, desde ano de 1940, citado na crônica de Rubem Braga “Um Jongueiro Entre os Maratimbas” na qual o autor descreve, com precisão, o negro Benedito Calunga, que jogava o jongo de forma demoníaca, durante os festejos da Festa das Canoas, no centro de Marataízes.

Até os idos de 1970, o jongo era frequente na comunidade, entre os negros, pescadores e pessoas afins. Era tradição local os jongueiros se reunirem em volta de uma enorme fogueira, no Portuário da Barra, e nessa brincadeira da dança e disputa de versos, as crianças jogavam folhas de abricó no fogo, para estourar feito bombinhas.

Todas essas pesquisas foram um trabalho incansável da escritora Bárbara Péres, preponderante para o resgate do jongo em nossa região. O Nome escolhido para o Coletivo foi em homenagem ao casal de pescadores e jongueiros, pois os encontros dos brincantes aconteciam no terreiro de sua casa, na Rua Sem Saída denominada na época ‘Chácara dos macacos’, no Bairro Barra do Itapemirim, que atualmente é a Rua Denominada Rua José Brumana, que continua apoiando as tradições folclóricas de Marataízes/ES.

Bárbara Péres, recebe da comunidade e do coletivo o Título de Mestra do Jongo | Foto: Divulgação

A pesquisadora, além de fundar o jongo, após colher todas as informações em depoimentos, entrevistas e gravações, também escreveu o livro ‘ Jongo de Memória’ em que relata toda a história do jongo de Marataízes, desde o século passado, até 1970 e, atualmente resgatado e fundado em ato de Assembleia Ordinária do Coletivo Jongo Maria Preta e Zé Porto), em 2017.

Em reconhecimento ao trabalho de pesquisas e de todo esforço para que o pertencimento às origens das raízes folclóricas, fosse eternizado pela pesquisadora e resgatado para essa geração e as futuras gerações, o Coletivo organizou, em julho de 2019, o evento de encontro de grupos folclóricos e prestou justa e merecida homenagem à sua fundadora Bárbara Péres, atribuindo-lhe o Título de Mestra do Jongo Maria Preta e Zé Porto.

A solenidade contou com a presença de várias pessoas, dentre elas, a do servidor efetivo Felipe Oliveira da Silva Técnico I – Historiador do IPHAM e a da Secretária de Turismo e Cultura de Marataízes, senhora Sara Mezzine, que na oportunidade fizeram uso da tribuna para elogiar o dinâmico trabalho de Bárbara, na luta em prol do resgate histórico do Jongo e, junto com a coordenadora geral do Jongo, Michelle Fonseca Nasr, fizeram a entrega do Título de Mestra, reverenciando sua luta e a importância da cultura popular em nossa Marataízes.

Fonte: Comunidade pesqueira, Associação dos pescadores de Marataízes, Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, Academia Marataizense de Letras, Associação de Moradores da Barra e a comunicação do Jongo.