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O jornalista e escritor Ernest Hemingway encantou gerações com seu estilo inconfundível e deixou um legado eterno


Artigo do jornalista Marcelo Rossoni, do portal Vitória News


O jornalista e escritor Ernest Hemingway (foto acima) encantou gerações com seu estilo inconfundível e deixou um legado eterno | Imagem: Redes sociais

No Dia do Jornalista vale escrever sobre Ernest Hemingway, um dos maiores jornalistas e escritores do século XX, que continua a influenciar a literatura e o jornalismo até hoje.

Com um estilo inconfundível, que mescla simplicidade e profundidade, Hemingway conquistou uma legião de admiradores ao redor do mundo. Mas não foi apenas sua obra que o tornou uma lenda; sua vida cheia de aventuras e escândalos, marcada por desafios e excessos, também contribuiu para sua figura mítica. Ernest Hemingway como jornalista produziu reportagens sobre guerra e em muitas participou da frente de batalhas.

Nascido em 21 de julho de 1899, em Oak Park, uma cidade próxima a Chicago, Estados Unidos, Hemingway foi o segundo de seis filhos de um médico. Apesar de seu pai desejar que ele seguisse a carreira médica, o jovem Ernest se apaixonou pela literatura desde cedo. A paixão pela escrita se concretizou quando, ainda estudante, começou a trabalhar como repórter para o The Kansas City Star, em 1917.

Logo após a Primeira Guerra Mundial, que teve um papel significativo em sua vida e obra, Hemingway se tornou correspondente de guerra. A experiência na Itália, onde atuou como motorista de ambulância da Cruz Vermelha, foi marcante, tanto que acabou por ser ferido durante o conflito. De volta aos Estados Unidos, ele se mudou para Toronto, no Canadá, onde continuou a trabalhar como repórter e deu início a sua trajetória como romancista.

Foi em Paris, em 1921, que Hemingway solidificou sua carreira literária. Vivendo na capital francesa, o autor escreveu suas primeiras obras, que lhe conferiram notoriedade: “Três Histórias e Dez Poemas” (1923), “No Nosso Tempo” (1924) e “As Torrentes da Primavera” (1926). Contudo, foi com “O Sol Também Se Levanta” (1926) que ele alcançou fama internacional. O romance descreve com maestria as frustrações e conflitos dos expatriados norte-americanos e ingleses em Paris após a Primeira Guerra Mundial, com um estilo direto e enxuto que passaria a ser sua marca registrada.

Em 1929, ele publicou “Adeus às Armas”, uma das obras mais emblemáticas de sua carreira. O livro, inspirado nas experiências de Hemingway durante a Primeira Guerra Mundial, narra uma história de amor entre um soldado americano e uma enfermeira britânica na Itália. O sucesso foi imediato, e a obra se tornou um clássico da literatura.

A habilidade de Hemingway com a escrita jornalística sempre foi notável. Como correspondente de guerra, ele se destacou pela clareza e pela concisão, buscando sempre “mostrar” ao invés de “contar”. Esse compromisso com a objetividade e a economia das palavras era visível em sua ficção, como em “Morte na Tarde” (1932), onde, além de discutir as touradas, o autor revela sua paixão por narrativas enxutas e impactantes.

Hemingway também foi um ávido viajante. Suas incursões pelo continente africano inspiraram obras como “As Verdes Colinas de África” (1935), “As Neves do Kilimanjaro” (1938) e “A Curta e Feliz Existência de Francis Macomber” (1938), onde ele explorou temas como a caça, o confronto com a morte e a busca por significado.

Com o início da Guerra Civil Espanhola em 1936, Hemingway viajou para a Espanha para cobrir o conflito, o que o levou a se envolver pessoalmente na defesa dos republicanos. Foi durante esse período que escreveu “Por Quem os Sinos Dobram” (1940), uma de suas obras mais longas e profundas. A história, que também se tornou filme, descreve o sofrimento e os sacrifícios dos combatentes na guerra, uma reflexão sobre a brutalidade do conflito.

Sua amizade com Fidel Castro, que iniciou em Cuba durante a década de 1960, também gerou bastante repercussão. Hemingway passou a viver em Havana com sua terceira esposa e permaneceu na ilha até o final da década de 1950. Em 1952, ele publicou “O Velho e o Mar”, um de seus maiores sucessos, que lhe rendeu o Prêmio Pulitzer de Jornalismo e, em 1954, o Nobel de Literatura.

Apesar de suas conquistas literárias e jornalísticas, a vida de Hemingway foi marcada por uma série de desafios pessoais, incluindo a luta contra a depressão, o alcoolismo e o desgaste psicológico. Suas aventuras e excessos começaram a afetar sua saúde física e mental, tornando sua vida cada vez mais solitária.

Em 2 de julho de 1961, aos 61 anos, Hemingway pôs fim à própria vida, seguindo o pensamento que expressou em “O Velho e o Mar”: “Um homem pode ser destruído, mas não derrotado”. Sua morte, trágica e inesperada, marcou o fim de uma era para a literatura mundial, mas sua obra continua a reverberar através dos tempos, encantando novas gerações de leitores e jornalistas.

O legado de Ernest Hemingway é eterno. Seu estilo direto e despojado, aliado à profundidade emocional de suas obras, consolidou-o como um dos maiores nomes da literatura do século XX. Mais do que um escritor, Hemingway foi um testemunho da complexidade humana, da busca por significado e da coragem de enfrentar os maiores desafios da vida.