Entre a aquisição da antiga escola particular no Bairro Parque Moscoso pela Prefeitura de Vitória (ES), a elaboração de projeto, captação de recursos e o início das obras já somam 19 anos
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A Prefeitura de Vitória (ES), a PMV ainda não deu prazo para o término das obras do antigo Colégio Americano Batista de Vitória, no Bairro Parque Moscoso, que estão há 19 anos sendo prometidas para abrigar a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Vicente de Paulo. Esta última funciona há 19 anos no antigo Colégio e Convento do Carmo. No final do último mês uma comitiva da PMV, capitaneada pelo prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) esteve visitando as obras, mas ainda não há o prazo de entrega.
“O colégio São Vicente, aqui no Centro de Vitória, é uma história secular. Representa a educação pública do Estado do Espírito Santo. Há quase duas décadas, os pais, mães e a comunidade escolar estão aguardando por essa obra. Mas, agora, elas estão avançando e em breve nós teremos a nova Escola São Vicente inteiramente climatizada, utilizando água de reúso, com desenvolvimento sustentável e reforçando o nosso compromisso com o meio ambiente e uma educação de qualidade”, destacou o prefeito Pazolini.
O secretário de Obras, Gustavo Perin, falou sobre a continuidade das obras. “O compromisso de entregar esta nova escola continua firme e inabalável. Vamos construir uma nova quadra, e tivemos que realizar algumas obras de contenção que não estavam inicialmente previstas, justamente devido à alteração no projeto da quadra. Mas, o mais importante é que o nosso compromisso com a entrega da obra está garantido, e os recursos necessários continuam assegurados”, disse.
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História do antigo Colégio São Vicente de Paulo
O Ginásio São Vicente de Paulo foi fundado em 1913 pelos irmãos Aristóbulo Kosciuszko Barbosa Leão e Miguel Kosciuszko Barbosa Leão, com o seu prédio construído ao lado da tradicional Loja Maçônica Ordem e Progresso, na Cidade Alta. A Escola São Vicente de Paulo foi a primeira escola particular instalada na capital. Os irmãos ocupavam respectivamente as funções de diretor, vice-diretor e secretário. Após a morte prematura de Miguel, em 14 de dezembro de 1918, o ginásio passa a ter apenas Aristóbulo à frente da instituição.
Em 1952, Kosciuszko Barbosa Leão afastou-se da direção da unidade para fundar e presidir a Academia Brasileira de Letras, vindo a falecer em 20 de maio de 1979. Em 26 de julho de 1971, durante a gestão do prefeito biônico (indicado por prepostos da ditadura militar), Chrisógono Teixeira da Cruz (Arena), foi doado à PMV todo acervo do estabelecimento de ensino, correspondência e objetos pessoais pelo professor Aristóbulo Kosciuszko Barbosa Leão.
Com isso passou a ter o nome de Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Vicente de Paulo. Aristóbulo permaneceu como diretor da nova escola pública municipal até a sua morte, em 28 de abril de 1974. O colégio ocupou por 93 anos o seu prédio original, que foi a casa do governador do Espírito Santo por duas vezes, Muniz Freire (3 de maio de 1892 a 23 de maio de 1896 e de 23 de maio de 1900 a 23 de maio de 1904). Em 2006, devido a problemas estruturais, a escola foi transferida pelo ex-prefeito João Coser para o antigo Colégio do Carmo, onde se encontra como inquilina da Igreja Católica até a presente data.
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História do antigo Colégio Americano Batista de Vitória
O local que já abriga Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Ernestina Pessoa e onde estão as obras que vai sediar a Emef São Vicente de Paulo é onde funcionou o antigo Colégio Americano Batista de Vitória. De acordo com o relato histórico da PMV, em 7 de setembro de 1934, essa escola foi inaugurada na “Chácara do Moscoso” (hoje Rua Loren Reno) com quatro prédios: Um para internato masculino, outro feminino e um para as aulas e administração e outro para a residência da família do idealizador do colégio, o missionário da Igreja Batista Loren Marion Reno, natural de New Castle, no Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Loren Reno era bacharel em pedagogia, ciências e teologia e organizou a missão Batista em todo o Espírito Santo. Em 1902, Loren Reno casou com Alice May Wymer e, dois anos depois, o casal missionário da Igreja Batista chegou ao Brasil. Em 1907, Loren Reno organiza então na sua residência localizada na avenida Schimit, 70 (hoje avenida Governador Florentino Ávidos), o Colégio Batista na Cidade de Vitória, para atender os filhos de missionários e evangélicos da época. Em 1919, com o crescimento do colégio, Loren Reno adquire uma grande chácara às encostas do Morro do Moscoso.
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Nas décadas de 1960 e de 1970 o Americano rivalizava com o Colégio Salesiano, da Igreja Católica, como os melhores colégios particulares do Estado. Dali saíram famosos médicos, advogados, engenheiros, jornalistas, políticos, entre outros profissionais além de empresários, que ganharam fama no Brasil e no exterior.