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Observatório Nacional dá dicas de como observar o cometa que retorna a Terra após 50 mil anos


No Espírito Santo haverá observação pública no Observatório Astronômico da Ufes, além de transmissão ao vivo, direto do Telescópio Remoto do Espírito Santo (TeRES), pelo portal https://astro.ufes.br


Cometa C/2022 E3 | Foto: Divulgação/Observatório Gaturamo/Ufes

O Observatório Nacional está dando dicas de como observar o cometa C/2022 E3, que está retornando às proximidades da Terra após a sua última visita de 50 mil anos atrás, quando o nosso planeta era habitado pelos neandertais. A observação começará a ser facilitada nos primeiros dias de fevereiro, “com uma melhor altura de observação a partir do dia 4 de fevereiro na direção Norte e abaixo da estrela Capela”, explica o astrônomo Filipe Monteiro.

Com o passar dos dias, o cometa será visto mais alto no céu e com mais tempo de visibilidade. Em sua aproximação máxima, o corpo celeste estará a cerca de 42 milhões de quilômetros da Terra. O cometa poderá ser visto a olho nu apenas se as condições do céu forem bastante favoráveis, ou seja, com o céu escuro, sem Lua, e sem poluição luminosa. Esse poderá ser o primeiro cometa do ano visto a olho nu, e o primeiro após o cometa Neowise, que apareceu em 2020.

O C/2022 E3 foi detectado pelo programa Zwicky Transient Facility (ZTF) em março de 2022, quando passava pela órbita de Júpiter. A observação foi feita por meio do telescópio Samuel-Oschin, no Observatório Palomar, na Califórnia (EUA). Segundo o Observatório Nacional, o ponto de maior aproximação desse cometa “relativamente pequeno” – cerca de 1 km de diâmetro – com a Terra será em 1º de fevereiro.

Cometas são objetos feitos principalmente de gases congelados, rocha e poeira, e se tornam mais visíveis quando se aproximam do sol, e seu gelo passa a se transformar em gás, formando uma nuvem ao seu redor. É esse o motivo que faz com que o corpo celeste exiba uma cauda enquanto transita no espaço, explica o Observatório Nacional.

Recomendação

“Para observar o cometa, o mais sensato é usar binóculos, que facilitarão a observação desse visitante ilustre. Além disso, é importante destacar que não é uma tarefa tão fácil achar um cometa no céu. Por isso, além de instrumentos (binóculos, telescópios, câmeras fotográficas), é interessante que as pessoas procurem um lugar distante dos centros urbanos, fugindo assim da poluição luminosa. Para facilitar ainda mais a observação do cometa, o indicado é procurar pelo cometa quando a lua não estiver mais no céu”, explica Monteiro.

Para observadores iniciantes, ele sugere que como data ideal o dia 10 de fevereiro, entre 19h e 21h, quando o cometa irá se encontrar muito próximo do planeta Marte. “Uma estratégia que pode ser usada também por iniciantes, bem como os fotógrafos casuais, é tentar fotografar o cometa apontando sua câmera para sua localização aproximada no céu e tirando fotos de longa exposição de 20 a 30 segundos”, disse

“Ao visualizar as imagens, possivelmente você notará um objeto difuso e com cauda. Usando essa técnica, muitos estão conseguindo fotografar o cometa mesmo que não o veja no céu”, disse. Em nota, o Observatório informou que “algumas previsões sugerem que a órbita deste cometa é tão excêntrica que não está mais em órbita do Sol. Se for assim, então ele não retornará e simplesmente continuará indo embora.”

Espírito Santo terá observação pública

No início de fevereiro, o cometa começa a ficar visível no hemisfério Sul, incluindo o Brasil e o Espírito Santo, informa o Observatório Astronômico da Ufes. Nos dias 10 e 11 de fevereiro, o cometa passará próximo do planeta vermelho, Marte, na direção da constelação de Touro. Marte estará na direção Noroeste, no meio do céu, facilitando a sua observação.

Com isso, a Ufes está convidando os capixabas a assistir a passagem do cometa milenar através de observação por telescópio pública. O Gaturamo Observatório Astronômico (GOA) fará observação pública nos dias 8, 9 e 10 de fevereiro no Observatório Astronômico, na UFES, em Goiabeiras, em Vitória (ES). Nestes dias haverá transmissão ao vivo, direto do Telescópio Remoto do Espírito Santo (TeRES), pelo portal https://astro.ufes.br.